Heráclito critica projetos do governo de criação da Ancinav e do CFJ



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que a população assiste estarrecida às novas propostas do governo de criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ) e da Agência Nacional de Cinema e Audiovisual (Ancinav). Para ele, só o fato de o partido do governo pensar em um texto como o foi apresentado no projeto de lei para a criação da Ancinav já estarrece, assim como saber que partiram do Palácio do Planalto as bases propostas para criação do CFJ.

Heráclito iniciou seu pronunciamento desta quarta-feira (18) ironizando a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), que acabava de deixar a tribuna. O representante piauiense afirmou que se solidarizava com a líder, para ele uma “heroína escalada para, às terças-feiras, pautar a semana do partido; passam-lhe os assuntos mais difíceis de defender”. Acrescentou que Ideli faz “a defesa do impossível”.

O senador da oposição criticou o fato de Ideli ter deixado o Plenário durante seu pronunciamento. Heráclito disse que o governo “impõe uma solidão ao Plenário”, que acaba relegado a parlamentares da oposição ou então a “governistas rejeitados”, quando citou o ex-ministro da Educação, senador Cristovam Buarque (PT-DF), que estava no Plenário. Segundo ele, os senadores que apóiam o governo estão nos ministérios, tratando de liberação de verbas para a construção de estradas e escolas.

- No Brasil, todo o mundo sabe que o governo só atende os que lhe dizem amém – afirmou.

O parlamentar pelo Piauí disse não acreditar que o ministro da Cultura, Gilberto Gil, soubesse do texto do projeto de criação da Ancinav. Segundo o senador, o projeto não será aprovado da forma como chegou ao Congresso.

Ele também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter dito ao presidente da Costa Rica, Abel Pacheco, que fora ao Gabão “aprender como se governa um país por 37 anos”. Este é o tempo da ditadura de Omar Bongo naquele país africano. Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que “nem de brincadeira” o presidente poderia qualificar como “covardes” os jornalistas que se manifestaram contrariamente à criação  do CFJ.



18/08/2004

Agência Senado


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