Heráclito diz que mudou de opinião e agora defende o voto aberto
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou nesta sexta-feira (14), em Plenário, que não defende mais o voto secreto. Ele disse que mudou de opinião após o discurso proferido no dia anterior pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). Este protestou contra uma matéria que lançaria suspeitas sobre os votos declarados dos três senadores do Rio Grande do Sul na votação em que foi preservado o mandato do presidente da Casa, Renan Calheiros - Simon havia se manifestado a favor da cassação.
- Ao longo da minha vida, sempre defendi o voto secreto. Mas os fatos provaram que eu estava errado - afirmou Heráclito.
O senador defendeu modificações no Regimento Interno do Senado "para que, num futuro breve, a sociedade saiba o voto de cada um". Heráclito já havia apresentado esse argumento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, duas semanas atrás, quando protestou contra boatos de que seu nome estaria em uma lista de parlamentares favoráveis à absolvição de Renan.
Heráclito também negou, nesta sexta-feira, a notícia de que o senador José Sarney (PMDB-AP) o tivesse procurado para discutir seu voto na sessão secreta de quarta-feira (12).
Em aparte, Pedro Simon declarou que o fato de a sessão ter sido secreta "é uma lástima imperdoável de nossa parte". Para Simon, "ficou muito feio" a enquete que a Folha de S. Paulo fez no Senado. De acordo com esse jornal, 45 senadores afirmaram ter votado pela cassação, mas Simon lembrou que 35 votaram pela cassação, 40 pela absolvição e 6 se abstiveram de votar.
No mesmo aparte, Simon afirmou que havia apresentado um projeto de lei para acabar com o voto secreto, mas que não se esforçou como deveria para aprová-lo.
- Por que não me esforcei? Por que não briguei? Eu sou culpado. Apresentei [o projeto], mas não fiz o esforço que deveria ter feito - disse ele.
14/09/2007
Agência Senado
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