Heráclito: Informações de denúncia surgiram de setores da base do governo



Em discurso no Plenário, nesta segunda-feira (9), o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) voltou a negar que tenha atuado em prol dos negócios do empresário Daniel Dantas e integrado o "esquema criminoso chefiado pelo banqueiro", conforme denúncia publicada pela revista Veja desta semana. A reportagem foi baseada em documentos e gravações que teriam sido ordenadas pelo delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz durante a chamada Operação Satiagraha. Para o parlamentar, as informações são provenientes de integrantes do governo.

- Não há nenhuma dúvida de que esse assunto surgiu exatamente de setores da base do governo. O Sr. Protógenes Queiroz não está nessa cruzada sozinho. É preciso que esses fatos sejam apurados - disse o senador.

Dirigindo-se ao senador João Pedro (PT-AM), que defendeu o seu partido e pediu que se aguardasse o encerramento das investigações da Polícia Federal a respeito das escutas telefônicas, Heráclito apontou o envolvimento do PT na divulgação das informações. Pouco tempo antes da publicação da reportagem da Veja, lembrou, uma nota veiculada pela imprensa, no dia 14 de fevereiro, informava que dirigentes do PT tiveram acesso ao conteúdo das conversas telefônicas do senador, gravadas com a autorização da Justiça, e que integravam o inquérito da PF que levou à prisão de Dantas.

- De onde o seu partido recebeu essas informações? Responda. Faça como se fazia nos antigos tempos de PT: mande apurar esses fatos - disse Heráclito.

O parlamentar afirmou que está "na manchete dos jornais" por ter convocado o ministro da Justiça, Tarso Genro, para esclarecer por que teve dois comportamentos distintos nos casos de Cesare Battisti e o dos pugilistas cubanos quanto à concessão do asilo.

- É a tática usada para intimidar, para coagir, para ver se as pessoas recuam - disse.

Heráclito acusou o presidente do PT em seu estado, Tião Ventríloquo, de ser "irresponsável e leviano" por pedir a sua cassação pelas denúncias publicadas pela revista Veja sem ao menos levar em consideração a publicação do próprio delegado Protógenes, dizendo não ter encontrado envolvimento de Heráclito no processo.

O parlamentar pediu que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), acompanhe o caso, já que a denúncia da Veja envolve dois senadores - Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) também foi apontado como integrante do "esquema". Disse ainda que as denúncias têm caráter de "antecipação da sucessão presidencial", já que são sempre acusações seletivas que atingem um setor de um governo dividido, tentando prejudicá-lo, e fazendo com que "outros tirem proveito".

Heráclito pediu também provas concretas que o envolvam com o caso Daniel Dantas, e se dispôs a abrir mão de "prerrogativas e imunidades" para qualquer investigação.

- Não aceito essas denúncias; eu tenho uma vida pública pela qual procuro zelar. Eu não aceito fatos dessa natureza; não aceito que não sejam devidamente esclarecidos - declarou.

Os senadores Papaléo Paes (PSDB-AP) e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) defenderam o parlamentar e pediram a investigação das denúncias.



09/03/2009

Agência Senado


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