Heráclito lamenta falta de projetos e descaso do governador do PI
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) lamentou nesta quinta-feira (23) a falta de planejamento e de projetos por parte do governador do Piauí, Wellington Dias, apesar do esforço da bancada federal para destinar recursos ao estado. Segundo Heráclito, o governador restringe-se a discursos e ao "descaso gritante" com obras como a Ferrovia Transnordestina.
Heráclito citou o caso que está ocorrendo no município de Santa Filomena, onde empresários estão se cotizando para a recuperação emergencial da estrada que vai até Gilbués, embora ela sempre apareça na propaganda do governo do estado. O senador assinalou que a região é responsável pela produção de mais de 200 mil toneladas de grãos. Ele acrescentou que a estrada para Brasília já foi escolhida, em reportagem feita pela TV Globo, como a pior estrada brasileira.
O parlamentar também citou o Porto de Luiz Correia, com inauguração anunciada pelo governador para dezembro próximo quando a obra sequer obteve licença ambiental. O mesmo, afirmou, acontece com a ampliação do Aeroporto de Teresina, a construção do Aeroporto de São Raimundo Nonato e das cinco hidrelétricas prometidas por Wellington Dias, que só existem em propagandas anunciando obras não realizadas.
O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse, em aparte, que os fatos relatados por Heráclito são uma regra que se repete por toda a Região Nordeste. Ele assinalou que o governo federal tem demonstrado ser incompetente no quesito gerência de obras.
- Há três ou quatro anos, havia propaganda na televisão em que se abria uma torneira e tinha água lá do Rio São Francisco para todas as casas do Nordeste. Isso foi vendido como realidade, como agora eles vendem na televisão as casas desse programa de habitação que não começou em canto nenhum, não tem uma casa sendo construída. Mas estão na televisão, todo dia, as casas que estão sendo construídas, dizem eles, pelo presidente Lula, pelo seu governo e pela mãe do PAC. Só tem propaganda - afirmou.
Heráclito disse ainda que na quarta-feira (22), em audiência pública da CPI das ONGs, um dos depoimentos revelou que a organização não-governamental (ONG) Angra Amazônica recebeu R$ 2,150 milhões do Ministério da Cultura para realizar um réveillon em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Para isso, deveriam trazer a Brasília os bois Caprichoso e Garantido, estrelas da festa folclórica conhecida no Amazonas como Boi Bumbá de Parintins, "mas deram o calote". O senador acrescentou que também foi descoberta a liberação de mais R$ 2 milhões pelo Ministério do Esporte.
- Vamos ver o que vai surgir agora que foi autorizada a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de cinco organizações ligadas ao MST na Amazônia - assinalou.
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediu que os documentos sobre a liberação de recursos para a Angra Amazônica lhe fossem enviados e defendeu o desbaratamento da "quadrilha que enfiou os bois na corrupção". Ele disse ter convicção de que boa parte dos desvios de recursos públicos ocorre em ONGs e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips).
23/04/2009
Agência Senado
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