HOLLANDA QUER ADIÇÃO DE ÁLCOOL AO DIESEL
O senador Joel de Hollanda (PFL-PE) defendeu, nesta sexta-feira (dia 13), a realização, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, dos testes de adição de 3% de álcool ao óleo diesel consumido pelos ônibus nas cidades de São Paulo e Curitiba. Ele comentou que a medida reduzirá a emissão de gás carbônico e diminuirá os gastos com a importação de óleo diesel.- Com a adição do álcool, o Brasil economizaria até 1,5 milhão de dólares por dia com a importação de óleo diesel. Além disso, seria um estímulo ao setor sucro-alcooleiro, no momento em que estamos com mais de 2 bilhões de litros de álcool estocados, gerando desemprego nos setores industrial e agrícola do país - argumentou Joel de Hollanda. De acordo com o senador por Pernambuco, os testes já realizados no Brasil mostraram que a utilização de 3% de álcool ao óleo diesel não implicaria a necessidade de ajuste nos motores nem traria prejuízos aos veículos. Ele informou que essa mesma mistura já é utilizada hoje na Suécia, Alemanha, Austrália e Estados Unidos.Joel de Hollanda alertou que as destilarias de todo o país estão deixando de comprar matéria-prima porque não têm mais onde estocar o álcool que está sendo produzido, o que termina por gerar desemprego tanto na zona rural como nas unidades industriais. Ele observou que os testes nas duas cidades durante um período de 30 dias servirão para detectar eventuais problemas que possam ocorrer.Um projeto aprovado este ano pelo Congresso foi citado por Joel de Hollanda como uma colaboração importante para a reestruturação do programa nacional de álcool. Ele referiu-se à lei que estabeleceu o prazo de cinco anos para que o governo federal substitua sua frota de veículos leves por automóveis movidos a álcool. O senador revelou que a mesma medida foi adotada pelos governadores de São Paulo, Mário Covas, e do Paraná, Jaime Lerner.- O bom seria que outros estados, sobretudo aqueles em que se localizam as destilarias de álcool, que têm sua base econômica centrada no setor sucro-alcooleiro, na produção de cana e de álcool, também adotassem a mesma providência de utilizar nas suas frotas somente veículos movidos a álcool - sugeriu Joel de Hollanda. Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) citou o Proálcool como uma das melhores iniciativas tomadas no Brasil. Ele lamentou que o programa tenha sido passageiro. O senador Romero Jucá (PFL-RR) ratificou o depoimento de Lobão, sugerindo que o governo tome iniciativas como o aumento do prazo de financiamento para veículos movidos a álcool e a redução de impostos desse tipo de automóvel.
13/11/1998
Agência Senado
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