Homenagem marca centenário de nascimento de Carybé
A integração dos países do Mercosul não se dará apenas em questões econômicas, mas também por meio da cultura, educação e gastronomia. O artista Carybé, nascido na Argentina e naturalizado brasileiro, foi um exemplo dessa possibilidade de integração, conforme ressaltou a vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que presidiu, nesta quarta-feira (25), reunião de homenagem ao centenário de nascimento de Carybé.
Marisa Serrano lembrou que Hector Julio Paride Bernabó, o Carybé - apelido que recebeu quando escoteiro em referência a um peixe - foi pintor, ceramista, desenhista, muralista, ilustrador, escultor, pesquisador, historiador e jornalista.
Ele nasceu na Argentina, passou a infância na Itália e a adolescência no Rio de Janeiro, onde estudou artes plásticas, segundo contou sua filha Solange Bernabó, que dirige o Instituto Carybé. O artista escolheu Salvador (BA) para viver e incorporou a cultura baiana. Morreu em 1997, na casa de Xangô, do Ilê Axé Opô Afonjá.
Autora do requerimento para a homenagem, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) observou que a faceta popular do Brasil foi enfocada por Carybé em sua obra.
O que Carybé retratava, disse a senadora, era a "cultura rejeitada", aquela que também Dorival Caymmi cantava e Jorge Amado escrevia. A imagem que o mundo tem da Bahia como uma terra de felicidade, observou, foi construída por estes artistas ao dar intelectualidade acadêmica ao cotidiano dos baianos, especialmente do povo negro.
- Nós baianos passamos a nos reconhecer pela obra de Carybé - afirmou Lídice da Mata, que sugeriu a realização de exposição no Senado com as obras do artista.
Também a diretora de Museus da Secretaria de Cultura da Bahia, Maria Célia Teixeira, destacou que os desenhos, aquarelas, óleos e ilustrações de Carybé constituem iconografia importante em referência ao povo baiano. Ao retratar a cultura baiana, a obra de Carybé, na visão da museóloga, contribuiu para a interconexão entre arte e ciência.
O embaixador da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé, afirmou que o artista contribuiu para a integração Brasil-Argentina. Carybé, enquanto pintava, cantarolava tango, disse ele. Murais de Carybé, segundo informou, estão expostos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Montreal, Buenos Aires, Miami e Nova York.
25/05/2011
Agência Senado
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