Ideli defende apuração das contas CC-5 do Banestado pela PF e Controladoria da União



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) defendeu a decisão dos líderes partidários no Senado de arquivar o requerimento de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as fraudes cometidas por meio de contas CC-5 na agência do Banestado de Nova York.

- Não autorizei ninguém a retirar assinaturas do requerimento de CPI, porque não tenho poder para autorizar nenhum senador a fazer qualquer coisa - garantiu a senadora, para quem a investigação da lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e fraude cambial pelo uso das contas CC-5 está muito bem encaminhada pela Polícia Federal e pelo controlador-geral da União, Waldir Pires.

- As investigações estão aos cuidados de gente responsável, preparada, como Waldir Pires, e a força-tarefa da Polícia Federal que cuidava do assunto foi restaurada pelo governo - explicou. Ela disse ainda que houve uma decisão unânime dos líderes partidários de rejeitar a CPI e que -isso precisa ser respeitado-.

A senadora lamentou que a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) não se reúna há três semanas, o que está retardando a elaboração de um projeto de lei que irá aperfeiçoar a Lei de Lavagem de Dinheiro.

- Imaginem que a lei atual não prevê o crime contra a ordem tributária, e o prazo de prescrição é de apenas cinco anos. Com isso, os roubos cometidos em 1996 e 1997 prescreveram, o dinheiro está irremediavelmente perdido. É preciso correr para tentar recuperar os US$ 30 bilhões desviados a partir de 1998 - alertou.

Ideli Salvatti acrescentou que uma CPI no Senado não teria o poder de investigar documentos nos Estados Unidos, e nada se pode investigar sem o acesso a tais documentos.

Em aparte, o senador Almeida Lima (PDT-SE) perguntou por que o PT e a própria senadora têm posturas diferentes em casos semelhantes.

- Na Assembléia Legislativa da Bahia, resolveu-se apurar as denúncias contra o senador Antonio Carlos Magalhães, mesmo com um inquérito correndo na Polícia Federal. Por que um tratamento diferente para a CPI do Banestado? - questionou. A senadora afirmou que tem sido franca e transparente, principalmente nesse tema.

O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) afirmou a importância de se apoiar e aprovar projeto de resolução do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) que proíbe a retirada de assinatura de um requerimento. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), por sua vez, disse que, com o pronunciamento da senadora, hoje irá para casa bem mais tranqüilo.

- O inquérito está em mãos competentes. Eu me pergunto de quanto será o total do desvio de dinheiro, já que só por meio do Banestado houve fraudes de US$ 30 bilhões. Ficamos a imaginar que pode ter sido algo superior a US$ 100 bilhões - afirmou Heráclito.



05/06/2003

Agência Senado


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