Ideli defende reforma tributária do governo
Ao rebater as críticas de que o governo estaria promovendo um aumento de carga tributária, a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), disse que "sofrem de amnésia" os que criticam o que aconteceu na administração passada. Ela disse que foi no governo anterior que ocorreu o maior aumento da carga tributária da história recente do país, subindo de 26% para 36% do Produto Interno Bruto (PIB) no período.
Ideli afirmou que mais grave que a carga é a injustiça tributária que existe no país, onde quem recebe menos arca com um peso maior dos tributos sobre os seus rendimentos. A senadora registrou que o movimento intitulado Feirão do Imposto, apesar de importante e relevante para chamar a atenção da população sobre a carga tributária, não tem destacado a desigualdade sobre o peso dos tributos, inversamente proporcional à renda dos cidadãos brasileiros.
A arrecadação tributária está batendo recordes, segundo ela, porque a economia está se recuperando. Ela protestou que, da maneira como vem sendo feito, o movimento praticamente responsabiliza o governo atual por decisões que não tomou, como a criação das contribuições sociais, reajustes tarifários exorbitantes e aumento do endividamento público.
- Quem teve coragem de tocar a reforma tributária e evidenciá-la foi esse governo. O governo passado adotou medidas tributárias pontuais não podendo ser caracterizada como uma reforma - disse.
A senadora advertiu que existem obstáculos para o avanço da reforma tributária, como a pressão dos governadores que não querem a unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para cinco faixas (atualmente são 49, segundo ela). Ideli afirmou que o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, na entrevista que concedeu ao programa 'Bom Dia Brasil' desta quarta-feira (17), veiculado pela TV Globo, em nenhum momento falou sobre a disposição de se criar o imposto sobre valor adicionado (IVA). A senadora não concedeu aparte ao relator da reforma do Judiciário, senador José Jorge ( PFL-PE), motivo pelo qual foi criticada por outros senadores da oposição, após seu discurso.
Pedido
A líder do PT fez um apelo aos oposicionistas que criticaram o seu comportamento na Tribuna, argumentando que o seu discurso foi duro e contundente como uma resposta ao pronunciamento do senador César Borges (PFL-BA), que também foi incisivo em relação ao aumento da carga tributária. Ela disse que não poderia ser criado um clima propício à obstrução de matéria tão importante como os destaques à reforma do Judiciário. E pediu que a votação dos destaques fosse concluída nesta quarta-feira.
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17/11/2004
Agência Senado
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