Ideli: Lula "blindou" país contra a crise externa
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), apresentou nesta segunda-feira (17) dados que, segundo ela negam a hipótese de o Brasil ser colhido sem defesas pela crise externa que se avizinha. De acordo com a parlamentar catarinense, ciente dos riscos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "blindou" a economia brasileira.
Entre os indicadores favoráveis ao país estão o superávit na balança comercial (exportações maiores que importações); o superávit de US$ 4 bilhões na conta de transações correntes (mercadorias, juros e serviços) do balanço de pagamentos com o exterior; bom histórico no campo fiscal (superávit primário); câmbio flutuante, capaz de corrigir o valor do real frente ao dólar em face de pressões do mercado, e contas públicas controladas.
Ela enfatizou o superávit nas transações correntes, já que por muitos anos o país se debateu com as dificuldades em exportar, ao mesmo tempo em que pagava grande volume em juros da dívida externa, assistia a grandes remessas de lucros e dividendos, além de não obter soma expressiva de receitas com turismo e transferências unilaterais. Esse déficit chegou em certos momentos a US$ 25 bilhões.
Quanto ao controle das contas públicas, a senadora assinalou que o aumento de R$ 240 para R$ 260 fixado pelo governo faz parte da "blindagem", ainda que fosse desejável elevar a renda de um grande contingente populacional.
A senadora propôs que a turbulência dos mercados nos últimos dias não obscureça a visão positiva proporcionada por números que indicam um período de crescimento da economia nacional. Os juros reais, por exemplo, estão ligeiramente abaixo de 10% em doze meses, menor nível dos últimos anos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos a março, por exemplo, mostram forte aceleração industrial em todos os 14 locais pesquisados, na comparação com março do ano passado. No total, a indústria cresceu 5,8% no primeiro trimestre, mas alguns estados cresceram acima da média: Amazonas, 16,4%; Paraná, 9,3%; e São Paulo e Bahia (6,9%). Destacam-se as linhas de televisores, celulares, caminhões, automóveis e óleo diesel.
- Apesar da turbulência, a economia brasileira não está prestes a soçobrar - advertiu a líder do PT.
17/05/2004
Agência Senado
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