Ideli pede desculpas a Virgílio por citá-lo em sua ausência
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) pediu desculpas nesta quarta-feira (22) ao senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) por ter feito pronunciamento ontem (21) criticando e comparando viagem feita pelo senador em 2002 ao Rio de Janeiro com a viagem da ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, à Argentina para participar de encontro religioso. Ela explicou que não sabia que Virgílio estava ausente da cidade, atendendo a uma emergência médica de sua mãe.
- Após o meu pronunciamento, fui informada pelo senador José Agripino que o senador Arthur Virgílio estava ausente não só do Plenário, mas também de Brasília, já que uma questão de saúde da sua mãe o havia deslocado para o Rio de Janeiro. De imediato, encaminhei ao senador Arthur Virgílio meu pedido de desculpas, tendo em vista que o Plenário desta Casa merece que sejam cumpridas todas as regras de civilidade e de bom trato. E quero dizer que em nenhum momento tive a intenção de ferir a honra do senador, tendo em vista que determinadas situações, como a vivenciada atualmente pela nossa ministra Benedita, não desonram, não colocam numa situação de demérito a sua vida pessoal - afirmou.
Arthur Virgílio aceitou o pedido de desculpas e disse que, não fosse a explicação dada por Ideli, -o tom seria outro, a conversa iria mudar. Não estou aqui para brincar com nenhum senador e não toleraria a idéia de algum senador brincar comigo, até porque eu não sirvo para brincadeira-. Ele disse que, à primeira vista, o pronunciamento de Ideli soou como -uma tentativa de intimidação-.
- Impossível. Médici não conseguiu. Costa e Silva não conseguiu. Eu vou, cada vez mais, fazer cumprir o meu dever de líder de um partido importante da oposição aqui nesta Casa - assegurou.
Virgílio explicou que a viagem ao Rio de Janeiro em 2002 foi feita às suas custas e não do governo, para assistir a uma homenagem prestada ao Amazonas no carnaval carioca.
- Não tem nada a ver com esse episódio da ministra Benedita, que, a meu ver, coloca em xeque o governo Lula. Considero leviano e desonesto que alguém tente misturar essas duas estações. Ela que se explique e se defenda. No meu caso não houve, não há e nem haverá - afirmou.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) lembrou o -enfrentamento político- entre os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Jader Barbalho (PMDB-PA) na legislatura anterior, -que não apenas prejudicou, agrediu e feriu a imagem de dois senadores importantes na história do Senado Federal, como contaminou e prejudicou a instituição Parlamento, pela forma irracional com que o debate político acabou sendo conduzido-.
Mercadante disse que não é possível -caminhar na direção de desqualificar o interlocutor, de desqualificar o debate e de agredir, qualquer que seja a razão-. Ele sugeriu que o debate político se faça no campo do enfrentamento das propostas e elogiou a atitude de Ideli.
- Às vezes, a humildade, o reconhecimento, a busca do diálogo, da interlocução, do respeito ao outro é o melhor caminho desta Casa. Não há possibilidade desse governo tentar intimidar quem quer que seja - declarou.
22/10/2003
Agência Senado
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