Ideli pede punição para bancos que se aproveitaram dos recursos do compulsório
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse, nesta quarta-feira (15), que a palavra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser levada às últimas consequências em relação ao mau uso dos recursos dos depósitos compulsórios liberados para os bancos manterem o crédito. O presidente disse que, se os bancos não utilizarem esses recursos para manter a liquidez e garantir o crédito, o Banco Central deve retomar os recursos.
Ideli elogiou as duas medidas tomadas pelo governo para combater a crise financeira internacional : a redução do depósito compulsório dos bancos - recursos retidos no BC - e a permissão para o redesconto, para que bancos em melhor condição ou o próprio Banco Central comprem as carteiras de crédito de bancos menores que estejam em dificuldade.
O problema - acusou a senadora - é que os bancos, com a redução do compulsório, passaram a ter um volume maior de recursos disponíveis, mas, em vez de emprestar o dinheiro, ou colocar esse recurso para circular na economia em forma de crédito, eles estão comprando títulos do Tesouro Nacional com rendimento de 14,75% ao ano, para aumentar a própria rentabilidade.
- Nós não podemos admitir esse procedimento, que os economistas estão chamando de "empoçamento do dinheiro". Diminuir o compulsório sem resolver o problema da liquidez e da falta de crédito, não interessa ao Brasil. É uma atitude antinacionalista - afirmou.
O senador César Borges (PR-BA) disse, em aparte, que concordou com as medidas tomadas pelo governo, mas alertou para a minimização da crise. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) convidou todos os senadores para conhecerem melhor e debaterem as medidas tomadas para enfrentar a crise com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que será realizada na próxima terça-feira (21).
15/10/2008
Agência Senado
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