Ideli destaca medidas do governo para acabar com o oligopólio dos bancos
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) destacou uma série de medidas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com o objetivo de instalar a concorrência dentro do sistema bancário no país, barateando, assim, o custo do dinheiro. Ela citou a redução do depósito compulsório dos bancos sobre os depósitos à vista de 60% para 45%, ressaltando que a medida permitirá que R$ 8 bilhões, que ficavam retidos no Banco Central, sejam disponibilizados para o crédito. A medida irá possibilitar, explicou a senadora, a redução dos juros, principalmente do spread, que é a diferença entre o que o banco paga para os investidores e o que cobra quando empresta dinheiro.
Ideli observou que os recursos liberados do compulsório poderão alimentar a compra de dólares e de títulos, na rolagem da dívida. Ela explicou que este risco existe porque os juros reais continuam altos e o perfil da dívida, de curto prazo e vinculada ao dólar, -herança do governo passado-, ainda não pode ser alterado pelo atual governo. Por isso, salientou, junto com a redução do compulsório há a expectativa de queda maior da taxa de juros Selic.
A senadora lembrou que a redução do compulsório já teve repercussão no sistema financeiro, com a redução dos juros, o que acaba provocando uma reação em cadeia, com a redução dos juros também no comércio.
Ideli também destacou medidas a serem adotadas pelo governo com o objetivo de quebrar o que chamou de oligopólio do sistema financeiro, como a possibilidade de concessão de empréstimos com desconto em folha. A medida reduziria o spread, pela redução do risco, e criaria competitividade no sistema financeiro o que, afirmou, hoje não existe. Outra medida a ser tomada pelo governo, disse a senadora, é a possibilidade de uso, pelos bancos, de 2% do compulsório para a concessão de microcrédito. Estas medidas, salientou, irão -instalar a concorrência dentro do sistema bancário brasileiro-.
18/08/2003
Agência Senado
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