Ideli quer impedir retirada de processos por crimes fiscais



A senadora Ideli Salvati (PT-PR) afirmou nesta segunda-feira (12) que pretende apresentar emenda à medida provisória nº107, já aprovada na Câmara dos Deputados e atualmente tramitando no Senado, para retirar do texto a suspensão dos processos em andamento por crimes fiscais, conforme prevê os mecanismos do Programa de Recuperação Fiscal (Refis). Ela afirmou que este é -um benefício inaceitável-.

- Alguém está respondendo a um processo porque se apropriou de forma indébita do INSS e agora entra no Refis e ganha a suspensão do processo. Isto é inadimissível - disse a senadora.

Ideli Salvatti acrescentou que, se a MP 107 for aprovada como está, sinalizará aos empresários que podem apropriar-se dos recursos recolhidos de seus funcionários porque serão anistiados.

A senadora propôs que ao longo desta semana sejam realizados, -sem hipocrisia-, debates sobre a MP 107. Ela citou reportagem do jornal Folha de S. Paulo informando que os parlamentares do PFL, PSDB e do PMDB estão protestando contra o aumento da carga tributária. A senadora contestou a versão dos oposicionistas de que o aumento de 3% para 4% da alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins) para o sistema financeiro e de 12% para 32% da receita bruta para a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido signifiquem um sacrifício para a classe média e para a para a produção.

Ideli Salvatti disse que o sistema financeiro brasileiro tem sido altamente beneficiado pelas mudanças na tributação. Ela lembrou que a Contribuição sobre o Lucro Líquido das instituições financeiras já foi de 30%, sendo de 23% quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a Presidência da República, caindo para 18% e depois para 9%. O sistema financeiro brasileiro, ressaltou a senadora, tem uma das mais altas taxas de lucratividade do mundo.

A senadora citou, ainda, gráfico ilustrativo de todo o crescimento da carga tributária durante o governo Fernando Henrique Cardoso, publicado pela Folha de S. Paulo, informando que, quando Fernando Henrique assumiu o primeiro mandato, a carga tributária era de 28% sobre o Produto Interno Bruto (PIB), chegando, ao fim de seu governo, a 36%.

- Em oito anos aumentaram a carga tributária em mais de 6%, enquanto em muitos países mudanças desse nível demoram de 20 a 30 anos - afirmou a senadora.



12/05/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ideli pede prioridade aos processos sobre crimes contra a Administração Pública

Lauro Campos quer impedir retirada de assinatura em requerimento de CPI

Demostenes quer impedir recursos intermináveis nos processos penais

Ideli quer mais rapidez em processos contra corruptos

Valter Pereira pede ação do Estado para impedir que menores se envolvam com crimes

Ideli pede providências para impedir cartelização do setor de crédito