Ideli rebate discursos sobre aumento da carga tributária



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) rebateu nesta segunda-feira (1º) pronunciamentos do PFL e PSDB de que o projeto de reforma tributária do governo irá aumentar a carga de impostos. A senadora lembrou que o tema dominou as intervenções em Plenário na semana passada e cerca de 24 discursos foram feitos da tribuna.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse a senadora, deixou claro que a reforma não tem como objetivo mudar o pacto federativo, exatamente porque, se assim, fosse, haveria aumento da carga tributária. Os objetivos da reforma são desonerar a produção e a folha de pagamentos, simplificar impostos e combater a sonegação, explicou, reclamando que não está sendo divulgado que a proposta de reforma tributária do governo contém uma redução das alíquotas nos itens referentes a alimentação e remédio, que mais penalizam a população.

Aqueles que apontam que haverá aumento da carga tributária, acrescentou Ideli Salvatti, deveriam se lembrar que foi de 1997 para cá, justamente no último governo, que houve o maior aumento da carga tributária. A senadora disse que, -de forma sorrateira-, o governo anterior conseguiu aumentar a carga tributária de 26% para 36%.

Em resposta ao discurso do líder do PFL, senador José Agripino (RN), que denunciou o aumento de 167% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas prestadoras de serviço e o aumento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), de 3% para 4%, para as instituições financeiras, ela explicou que, no caso da CSLL, na verdade houve um aumento de 12% para 32% apenas para os empresários que fizerem o cálculo do Imposto de Renda baseado no lucro presumido e não no lucro real.

Já sobre a Cofins, a senadora disse que houve uma desoneração, porque foram incluídos na legislação do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples) vários segmentos de pequenos empresários.

Em resposta a discurso do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) em que ele afirmou que viu nos últimos anos o bolo da União crescer enquanto diminuía o dos estados e municípios, Ideli Salvatti lembrou que o senador integrou a base do governo que promoveu essa concentração de recursos no âmbito federal.

Em aparte, os senadores Roberto Saturnino (PT-RJ) e Pedro Simon (PMDB-RS) manifestaram apoio às contestações feitas por Ideli Salvatti, que registrou também homenagem ao Dia do Profissional da Educação Física.



01/09/2003

Agência Senado


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