Ideli Salvatti diz que seu propósito é só o de investigar a evasão de divisas
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) estranhou nesta quarta-feira (26) a reação do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) a discurso em que ela pediu a criação de uma CPI para investigar a evasão de divisas e a remessa ilegal de dólares para o exterior, desvio que pode chegar a US$30 bilhões. Ela considerou inexplicável o ofício em que Bornhausen afirma que ela transgrediu o Código de Ética ao mencioná-lo em seu discurso.
Nesse ofício, em que lista documentos públicos atestando que não enviou recursos para o exterior, Bornhausen afirma que quer resguardar a verdade, diante do fato de que tais afirmações, ainda que inverídicas, causam extenso dano à sua imagem, honra e vida privada. Ele termina o oficio dizendo que, caso a senadora transgrida novamente o Código de Ética, solicitará a competente medida disciplinar prevista para o caso.
- Por que estou sendo ameaçada? Não estou entendendo. Não sei em que transgredi para ser ameaçada na hipótese de uma nova transgressão. Não cometi nenhuma ofensa, nenhum desacato. Estou imbuída de um único objetivo - investigar a remessa ilegal de dólares, que são bilhões de dólares, impedir a morosidade na punição dos culpados e reaver recursos desviados, isto é, conseguir o repatriamento desses recursos. Isto é que é importante - disse a senadora.
Ideli Salvatti disse que seu único propósito é preservar o Senado e os senadores. Mais uma vez, ela pediu o apoio de todos os partidos para a criação da CPI, que considera fundamental para os destinos da nação.
- Pedi e volto a pedir. Quero a assinatura de todos os partidos, quero a assinatura do PFL, quero a assinatura do senador Jorge Bornhausen. A nossa preocupação foi muito diferente do que pode ter sido levado ao senador Bornhausen - afirmou.
A parlamentar considera o assunto grave e afirma que todos os indicadores revelam morosidade e impunidade nessa investigação. Ela também explicou que, em seu discurso, só mencionou o senador Bornhausen porque ele foi citado em reportagens da revista Época e do jornal Folha de S. Paulo a respeito do assunto.
- Não inventei nada, não declarei nada. Apenas reproduzi o que estava veiculado pelos órgãos de comunicação - afirmou.
26/02/2003
Agência Senado
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