Ideli Salvatti pede urgência para instalação de CPI sobre evasão de divisas
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) alertou o Plenário do Senado nesta terça-feira (25) para a urgência da instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a evasão de divisas e a remessa ilegal de dólares para o exterior.
- Todas as semanas estamos sendo subsidiados pela imprensa por novas informações que atestam a gravidade dessa questão - disse a senadora, enfatizando a necessidade de o Senado implementar investigações a respeito.
A senadora baseou-se em reportagem publicada pela revista IstoÉ desta semana, com o título -Alerta Americano-, segundo a qual o órgão fiscalizador dos bancos nos Estados Unidos montou um fluxograma que mostra o esquema da lavagem de dinheiro via Banco do Estado do Paraná (Banestado). Em conseqüência da demora do Banco Central em fechar a agência, disse a senadora, citando a reportagem, o país deixou escapar mais de US$ 10 bilhões. Ela acrescentou que na reportagem é citada, mais uma vez, a conta de Paulo Konder Bornhausen, -e a inclusão nesses documentos do senador Jorge Bornhausen.-
Ideli Salvatti citou, também, reportagem do jornal Folha de S. Paulo, do último final de semana, informando que o doleiro Alberto Youssef pode estar ligado à fraude no Paraná. Ele teria ajudado a fazer transferência de dinheiro para contas bancárias operada por fantasmas, envolvendo recursos de mais de R$ 84 milhões. A reportagem informa, segundo a senadora, que Paulo Borhausen, relacionado em laudo da Polícia Federa, teria usado casa de câmbio para enviar US$ 58 mil dólares ao exterior, quando a lei proíbe esta operação.
A senadora lembrou que no ano passado -o nome de Jorge Bornhausen foi aventado- pela revista Época sobre o mesmo assunto.
- À época, o senador obteve um documento do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e outro do Banco do Brasil, inocentando-o. Só que a situação volta a ser citada. Portanto, em meu entendimento, nada melhor do que esta CPI ser instalada para que possamos ter acesso a todos os dados e informações necessárias, e até para que nomes de senadores não sejam envolvidos e, de forma injusta, até sejam relacionados - disse ela.
A senadora informou que faltam poucas assinaturas no requerimento para alcançar o número exigido para a instalação da CPI, e fez um -apelo especial- para que Bornhausen também assinasse o requerimento. Ela entende que por meio da CPI o senador -poderá ter seu nome colocado com o respeito que um senador da República merece, se realmente nenhuma dúvida pairar sobre as tratativas e as operações bancárias do seu irmão Paulo Konder Bornhausen-.
25/02/2003
Agência Senado
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