Ideli Salvatti propõe debate sobre desigualdades regionais
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), aproveitou as celebrações do dia 7 de setembro para condenar as desigualdades regionais que ainda marcam o Brasil. Ela propôs, nesta quarta-feira (8), um debate sobre artigo com o mapa da miséria no país, publicado pelo jornal Gazeta Mercantil sob o título “Enfrentar as desigualdades regionais”. – Fiz um roteiro bastante extenso, de cinco dias seguidos, por Santa Catarina e vi que as diferenças, não só regionais, mas dentro de um mesmo estado, são grandes. As diferenças são gritantes e os bolsões de miséria absoluta também existem em meu estado. Referindo-se ao fato de que, de 1970 a 2002, somente a Região Sul apresentou um recuo significativo na proporção de habitantes situados abaixo da linha da pobreza, a senadora afirmou que esse contingente caiu de 15,35% para 6,57% nos três estados da região. Ideli Salvatti explicou esses números registram apenas uma média, porque tanto quanto em Santa Catarina, no Paraná e no Rio Grande do Sul também há preocupantes bolsões de pobreza. Ainda com os dados do mapa da miséria, ela disse que, na Região Sudeste, a mais desenvolvida do país, a miséria diminuiu de 21,96% para 17,58% no período de 32 anos abarcado pela pesquisa. Apesar disso, em São Paulo, a maior cidade da América do Sul, a proporção de pobres aumentou de 14,3% para 19,64%. – Então a Região Sudeste tem, como um todo, uma diminuição na miséria, mas isso se excluirmos São Paulo, onde houve efetivamente um aumento dos miseráveis – comentou a senadora. De acordo com Ideli Salvatti, houve importante recuo da miséria, de 23,5% para 10,7%, entre a população rural dos estados nordestinos. Esse dado positivo, acrescentou, é explicado pela abrangência maior da Previdência Pública, que garante condições de sobrevivência a milhares de famílias nas áreas rurais, não só do Nordeste. – Aqui eu não poderia deixar de destacar exatamente esse papel distribuidor de renda, de transferência de renda, que é a Previdência Pública e o benefício da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), que permite exatamente que a população mais pobre do país tenha essa transferência. Ela também afirmou que a Região Centro-Oeste não registrou variação expressiva da pobreza nesse período de 32 anos, saindo de 5,48% em 1970 para 5,22% em 2002. Em sua opinião, essa estabilidade da miséria contrasta com o vigoroso crescimento da região, impulsionada pelas atividades ligadas ao agronegócio. – Porque a evolução econômica da Região Centro-Oeste, vinculada ao agronegócio, é indiscutível, é um boom econômico que todos conhecemos. Portanto, não se justifica que a miséria ali esteja estabilizada.
08/09/2004
Agência Senado
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