Ideli Salvatti se diz 'estarrecida' com decisão dos EUA e da China sobre clima
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse em discurso ter ficado "estarrecida" com decisão dos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, de não levarem metas para a redução da emissão de carbono na atmosfera à Conferência Mundial para o Clima ( COP 15 ) em Copenhague, Dinamarca, na segunda quinzena de dezembro.
Para ela, é inaceitável "que apenas dois homens decidam uma coisa que afeta diretamente o planeta inteiro", sem pensar nas consequências de seus atos para toda a biodiversidade da terra e para seus 6 bilhões de habitantes. Ideli acrescentou que os dois presidentes "nem sabem se irão à conferência de Copenhague".
Nesse contexto, conforme a senadora, cresce de importância a posição brasileira na Conferência Mundial do Clima, pois a delegação nacional comunicará ao resto do mundo que, mesmo sob boicote das duas nações que mais poluem, estabeleceu metas voluntárias para cortar sua poluição. O governo decidiu, lembrou, que reduzirá entre 36% e 39% o lançamento de carbono até 2020 e diminuirá o desmatamento em 80%.
Ideli Salvatti pediu ao presidente do Senado, José Sarney, que chame para o Plenário a votação de dois projetos, aprovados na manhã desta quinta-feira (19) na Comissão de Serviços de Infraestrutura, que confirmam, em lei, os percentuais anunciados pelo governo. O problema é que eles ainda terão de ir a outras comissões e, se forem levados diretamente ao Plenário, já na próxima semana as propostas voltarão ao exame dos deputados, porque os senadores alteraram seus conteúdos.
Os projetos (PLC 283/09 e PLC 284/09) criam a Política Nacional sobre Mudança do Clima e instituem o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. Ideli foi a relatora das duas propostas, que apresentou voto favorável, com emendas. Para ela, se o Brasil chegar a Copenhague com as duas propostas já transformadas em lei terá mais condições de exigir que os outros países adotem metas de corte em suas emissões de gases que provocam o aquecimento global.
19/11/2009
Agência Senado
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