Incra de São Paulo trabalha para acelerar regularização de territórios



Com o objetivo de agilizar a política de regularização dos territórios quilombolas no estado de São Paulo, o Incra promoveu a instalação da Mesa Estadual Permanente de Regularização dos Territórios Quilombolas. A atividade marcou a criação de um espaço para debater e encaminhar soluções de forma compartilhada.

Para garantir a regularidade dos encontros, os participantes se comprometeram a realizar reuniões trimestrais entre eles, além de encontros mensais com as lideranças das comunidades.

Durante o evento, ocorrido no último dia 6 de novembro, o superintendente regional do Incra/SP, Wellington Diniz Monteiro, destacou que a Mesa Permanente irá centralizar os principais desafios da regularização, que poderão contar com a contribuição dos órgãos federais, estaduais, do legislativo e da sociedade civil.

"O Incra irá coordenar a Mesa, mas sabemos que o êxito deste fórum depende da ação coordenada de todos os parceiros", comentou. Monteiro resgatou as atribuições do Incra em relação a questão quilombola – o reconhecimento e a titulação, esclarecendo que existem atualmente 48 processos em tramitação no órgão em São Paulo.

Demandas

Além da regularização de seus territórios, o delegado substituto do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em São Paulo, José Reinaldo Silva, lembrou a demanda das comunidades em relação a uma assistência técnica diferenciada, que respeite sua cultura e o modo de vida. "A 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário construiu propostas concretas nesse sentido, que estão em estudo no MDA", afirmou o delegado.

Esforços conjuntos

O representante da Defensoria Pública da União, João Chaves, explicou que o órgão existe há apenas 11 anos no estado de São Paulo e lhe falta capilaridade para atender melhor todas as comunidades quilombolas. "Sabemos da necessidade de ampliar nosso apoio na assessoria jurídica para a Justiça Federal, acesso aos órgãos públicos e aos programas sociais", declarou.

O representante da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp),Carlos Henrique Gomes, avaliou que a questão do reconhecimento das comunidades remanescentes quilombolas vem avançando, mas reafirmou as dificuldades para a regularização dos territórios, por contrariar interesses econômicos. "É preciso realmente de um empenho conjunto e já nos colocamos a disposição para contribuir com a experiência de nossos técnicos, inclusive com uma força-tarefa, se for necessário", disse Gomes.

A opressão jurídica sofrida pelas comunidades quilombolas foi pontuada por Luiz Francisco Melo, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas (Conaq). "Trata-se de uma opressão que a maioria não percebe, mas que é contínua e muito grande", disse. Melo também chamou a atenção para o fato de as comunidades estarem se organizando em associações e federações, permitindo uma atuação mais consistente, como sempre se cobrou.

"A regularização é fundamental para avançarmos em outras questões. A preservação das comunidades tradicionais significa proteger nossas riquezas, por exemplo os medicamentos, alguns muito eficientes. Esperamos que São Paulo possa consolidar a política quilombola, para servirmos de exemplo para o país", concluiu.

Fonte:

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária



12/11/2013 15:32


Artigos Relacionados


Incra abre licitação para agilizar regularização de 158 territórios quilombolas

Acir Gurgacz aposta em empenho do Incra para acelerar regularização de títulos na fronteira

Incra usará tecnologia do Exército para acelerar certificação de imóveis rurais

Mesa Estadual debate regularização de territórios quilombolas

Geovani Borges defende regularização de servidores dos antigos territórios

Ângela Portela defende regularização de servidores dos antigos territórios do AP e de RR