Incra destina nova área à reforma agrária em MS



Acampadas há quatro anos, famílias que aguardavam a posse definitiva do Incra na Fazenda Nazareth, no município de Sidrolândia, situado a 70 km de Campo Grande (MS), deverão receber suas parcelas ainda no primeiro semestre de 2014. A relação dos candidatos pré-selecionados já está publicada na página da Autarquia. As famílias pré-selecionadas que estavam acampadas às margens de uma rodovia, foram autorizadas pelo Incra a se mudarem para as imediações da sede do imóvel, a fim de minimizar riscos de acidentes.

As porteiras do novo assentamento foram abertas no último dia 20, quando cerca de 700 pessoas entraram em bloco no imóvel, demonstrando sua ocupação definitiva como área destinada à reforma agrária. Desse grupo, 171 famílias serão assentadas na área. Junto com a terra chegam também as políticas públicas, explica o superintendente regional, Celso Cestari Pinheiro. A moradia será atendida pelo programa Minha Casa Minha Vida e o Incra vai garantir infraestrutura como água e luz instaladas.

Além da residência receberão os lotes dotados de toda infraestrutura para iniciar a produção já estabelecida de acordo com a vocação de cada uma das áreas. Esse direcionamento garantirá mercado permanente conforme explicou Cestari Pinheiro. “A reforma agrária está no rumo certo. Não podemos apenas assentar o trabalhador rural. Estamos dando a ele toda a assistência necessária para que em um breve espaço de tempo se transforme em produtor rural.”

“Estamos vivendo uma nova reforma agrária e a Fazenda Nazareth é adotada pelos movimentos sociais como o símbolo dessa transformação para melhor. Para nós do MST é a menina dos olhos, princesa que representa a luta tanto do Incra como dos trabalhadores sem terra para chegar até aqui”, afirma Jonas Carlos da Conceição, membro da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Mudança de eixo

Ainda segundo Celso Cestari, o assentamento Nazareth faz parte da mudança de eixo de localização dos novos assentamentos. “Estamos priorizando o preenchimento das áreas vazias do MS. Em uma viagem rodoviária de Campo Grande até Três Lagoas, por exemplo, é possível ter uma ideia do vasto descampado de um lado e do outro das rodovias. Estamos trabalhando nesse sentido, concentrando a formação de novos assentamentos nessa direção. A região já foi toda vistoriada pelos nossos técnicos mostrando um bom potencial para criação de novos assentamentos”.

Desde 2009, quando aconteceu a Operação Tellus, da Polícia Federal, o Incra não desapropria ou compra terras para criação de novos assentamentos. No final de 2012, depois de trabalhar levantando a situação de lotes ocupados irregularmente na região, conforme orientação da Justiça, o Incra/MS recuperou a função de criar novos assentamentos.

Ele lamentou o período de recesso forçado, mas observando que o trabalho continuou normalmente em outras áreas de atuação do órgão. Reconhece que foi um período de ação e reflexão para atender a reivindicações das lideranças dos movimentos sociais e das próprias autoridades judiciais para uma reação enérgica contra abusos de pessoas menos avisadas. “Destaca-se como uma das mais fortes ações a série de despejos com força policial, na recuperação de terrenos irregulares desocupados por dezenas de famílias”, lembra.

Foram vistoriados 14 mil lotes, trabalho que acabou sendo estendido para os demais loteamentos do órgão, em todo o MS, onde 30 mil famílias estão assentadas em 178 assentamentos.

Fonte:

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária



24/12/2013 12:21


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