Íntegra da nota de Jader à imprensa
1. Jamais, em tempo algum, recebeu qualquer comunicação do Banco Central do Brasil de que o seu nome estaria envolvido em irregularidades do Banpará, em 1984, ao tempo em que foi governador, em seu primeiro mandato (83/87).
2. Jamais teve acesso ou tomou conhecimento da existência de qualquer relatório do Banco Central no mesmo sentido, mesmo após haver deixado o governo.
3. Pelo contrário, em 1996, recebeu carta do então presidente do Banco Central , sr. Gustavo Loyola, citando comunicado do BC ao Ministério Público do Pará, afirmando que o seu nome não era mencionado em possíveis irregularidades ocorridas no Banpará, não registrando a inclusão de seu nome em qualquer documento do Banco Central (destaque do senador).
4. Registre-se e repita-se que os únicos fatos que o ligam ao Banco Central, após 1996, foi naquele ano apoiar CPI para apurar denúncias dos escândalos do Banco Econômico e do Banco Nacional e, mais recentemente, ter sido autor da criação da CPI do Sistema Financeiro onde foi apurada, dentre outras, a ação do Banco Central no escandaloso episódio de ajuda financeira no valor de US$ 1,8 bilhão, aos Bancos Marka e Fontecimdan.
5. Surpreendido pelo noticiário da imprensa, revelando a existência de um terceiro relatório do BC, envolvendo o seu nome em fato ocorrido há 17 anos, enviou ofício ao presidente da citada instituição, sr. Armínio Fraga, no sentido de que fossem remetidas cópias do mesmo ao Ministério Público do Pará e ao interessado.
6. Manda o elementar bom senso que se aguarde a documentação já solicitada ao Banco Central, antes de serem feitos julgamentos precipitados sobre fatos ocorridos em data tão distante, condenando-se ou permitindo-se condenar qualquer pessoa. A precipitação costuma produzir injustiças difíceis de serem reparadas no futuro; inclusive porque os dois cheques atribuídos ao Senador, de 93 mil cruzeiros e de 6 mil cruzeiros, somados e corrigidos, correspondem a pequena quantia de pouco menos de R$ 100.
7. Para que as responsabilidades sejam cabalmente apuradas - inclusive as relativas à quebra de sigilos e publicidade concedidos sem a ciência de, pelo menos, um dos supostamente envolvidos - uma Comissão Parlamentar de Inquérito pode constituir-se em foro adequado para a definitiva reparação de eventuais danos e os esclarecimentos devidos à opinião pública, como forma de aclararem e darem um basta nesta periódica chantagem política, agora após sua eleição para a Presidência do Senado Federal.
O senador Jader Barbalho aceita e subscreve a constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os fatos de que está sendo acusado".
08/03/2001
Agência Senado
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