INTERLEGIS CRIARÁ COMUNIDADE VIRTUAL PARA INTEGRAR LEGISLATIVOS, DIZ DIRETORA DO PRODASEN



"O Poder Legislativo tem urgência em se aproximar da comunidade e de agilizar suas informações no rumo da modernização", assim Regina Célia Perez Borges, diretora executiva do Prodasen, sintetizou na manhã desta quarta-feira (dia 18) a necessidade do programa Interlegis, uma rede de informações entre as casas legislativas de todo o país baseada na tecnologia de Internet, que está sendo implementada pelo Prodasen do Senado Federal. A diretora fez sua exposição sobre o projeto em palestra no I Seminário de Comunicação Legislativa, que está ocorrendo no auditório Petrônio Portella, promovido pela Secretaria de Comunicação Social do Senado.Explicando que o Prodasen é um organismo que viabiliza a tecnologia de informação da Casa, com uma grande rede, três mil estações de trabalho e computador central, Regina Perez ressaltou que o Interlegis vai criar uma comunidade virtual que tenha importância para as outras esferas do Poder Legislativo, isto é, as câmaras municipais e as assembléias legislativas. O objetivo do programa é trocar e integrar informação, criando um canal de comunicação ágil e barato. Segundo a diretora do Prodasen, existem hoje no país cerca de 5.500 casas legislativas e 60 mil parlamentares, com uma atuação segmentada. O Interlegis procurará interligar essas informações, ajudando o parlamentar na coleta e divulgação de informações e a comunidade na fiscalização do processo legislativo.Com o objetivo de atingir 2.500 casas legislativas, Armando Nascimento, que dirige a implantação do projeto, disse que o programa se divide em três segmentos: 1º- Dotar as casas legislativas de uma estrutura tecnológica, com estações de trabalho, e criar o Plenário Virtual, salas multiuso, com sala de aula informatizada e estrutura para teleconferência; 2º- Atingir de imediato cerca de cem câmaras municipais e 3º - Formação da Comunidade Virtual, com dois programas: o de Educação e o de Comunicação. Nascimento explicou que o Interlegis passa por uma experiência de programa piloto há cerca de um ano e espera financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que encontra-se aprovado e em vias de viabilização. Ao responder uma pergunta do plenário, Regina Perez afirmou que o cronograma do projeto pretende atingir 550 municípios já no primeiro semestre do próximo ano. TV A CABODando continuidade ao seminário, falaram ainda Jarbas José Valente, superintendente da área de Serviços de Comunicação de Massa da Agência de Telecomunicações (Anatel), Alexandre Annemberg, presidente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) e Murilo César Ramos, professor do Departamento de Comunicação da UNB e diretor do Centro Audiovisual de Produção Cultural e Educativa da UNB.Murilo Ramos, também coordenador da TV Distrital da Câmara Legislativa do DF, elogiou a TV Senado por sua profissionalização e capacidade de manter a isenção, dando espaço igual a todos os senadores. Ramos preferiu dar um nome fantasia para sua palestra prevendo que o "acesso público de comunicação é uma experiência recente e pode acabar". Segundo Ramos, a nova Lei Geral de Comunicação de Massa não inclui as tvs a cabo na Anatel e sim no Ministério das Comunicações. Para ele, isso põem em risco esses serviços porque dependerão de concessão. O professor defendeu também a instalação do Conselho de Comunicação Social para zelar pela qualidade e ética dos meios de comunicação. No debate que se seguiu, o jornalista Fernando Cesar Mesquita, diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, explicou que o funcionamento do conselho depende da aprovação da Câmara de projeto do Senado que altera a lei que regulamenta esse colegiado.Jarbas Valente, da Anatel, explicou sobre o trabalho da agência reguladora do setor de telecomunicações, afirmando que uma das tarefas dela é que as operadoras de TV disponham de canais de transmissão dos trabalhos das casas legislativas. Já Alexandre Annemberg, da ABTA, comparou o mercado de Tv por assinatura entre Brasil e EUA. Segundo ele, enquanto os Estados Unidos possuem 250 milhões de habitantes, 65 milhões de assinantes, abrangendo 67%, o Brasil, com 157 milhões de habitantes, tem apenas 2,5 milhões de assinantes, que eqüivale a 6,7%. Ressaltando o enorme mercado que o Brasil tem ainda para conquistar e crescer. Annemberg destacou que o próximo passo das tvs por assinatura é a digitalização, onde a capacidade de alcance será multiplicada. Ele exemplificou que a TV Senado com apenas um canal multiplicaria-se em 10 canais.

18/11/1998

Agência Senado


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