Investigação de escândalos políticos pela imprensa é debatida em audiência na CMA
A investigação de escândalos políticos pela imprensa foi discutida nesta quinta-feira (28) em audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Durante o debate, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) declarou que "a imprensa se transformou hoje no principal meio e instrumento de controle, mas às vezes promove um campeonato de escândalos". Já o jornalista Ribamar Oliveira, do jornal O Estado de S. Paulo, ao reconhecer que existe tal "campeonato", argumentou que os eventuais prejudicados devem recorrer à Justiça.
Ribamar Oliveira destacou que ele próprio já fez isso, ao iniciar uma ação judicial contra outro jornalista.
- Isso precisa virar uma prática - afirmou ele, acrescentando que havia se sentido "caluniado" e que obteve sucesso nessa ação.
Credibilidade
Renato Casagrande avaliou que, quando há "campeonatos de escândalos, nos quais se disputa quem vai descobrir o próximo", por um lado ampliam-se as investigações sobre determinadas denúncias, mas por outro aumentam os riscos de "injustiças" nas acusações divulgadas. Ele ressaltou que a imprensa trabalha "com a construção de imagens", e que, quando uma liderança política ou um gestor público é exposto devido a uma denúncia, "a capacidade de destruição de sua imagem é muito mais forte que a de sua reconstrução".
- Isso exige cada vez mais responsabilidade dos profissionais de comunicação - disse o senador.
Ribamar Oliveira observou que, "quando se é vítima de uma denúncia incorreta, às vezes o impacto é irreparável". E, ao referir-se ao "campeonato de escândalos" mencionado por Casagrande, ele lembrou a cobertura jornalística sobre o assassinato de Isabella Nardoni, argumentando que em determinadas situações a imprensa atua motivada pela busca de audiência.
- Mas, nesse caso [o do assassinato de Isabella], as informações saíram de onde? - questionou Ribamar, frisando que diversos dados veiculados pelo noticiário foram fornecidos por autoridades, como a polícia ou um promotor.
A audiência desta quinta-feira faz parte de um ciclo de debates sobre o tema Controle público - Instrumento de Cidadania, promovido pela CMA.29/05/2008
Agência Senado
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