Ipea aponta redução de renda dos brasileiros, apesar de aumento dos anos de estudo, registra Paim
A média de estudo dos brasileiros aumentou em dois anos e cinco meses no período de 1982 a 2004, mas, apesar disso, a renda média dos trabalhadores urbanos encolheu 33,62% no mesmo período, informou o senador Paulo Paim (PT-RS), em discurso na sessão plenária nesta sexta-feira (18).
Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e foram publicados em matéria da Gazeta Mercantil, no último dia 14, sob o título "Trabalho: escolaridade aumenta, rendimento cai".
Apesar de a queda da renda atingir de forma linear todos os trabalhadores, aqueles que estudaram mais estão ganhando, proporcionalmente, salários mais altos. Pela pesquisa do Ipea, quem tinha 17 anos de estudo em 1982 ganhava o dobro daqueles trabalhadores que estudaram apenas dez anos. Em 2004, a diferença dos salários subiu para 172%.
Em compensação, a diferença salarial entre os trabalhadores com dez anos de estudo e os que não haviam concluído o primeiro grau caiu de 123% para 75%, segundo informa o senador, baseado também nos estudos do instituto.
- Segundo o Ipea, as significativas mudanças no mercado de trabalho nos últimos vinte anos, decorrentes da abertura da economia, da globalização e do desenvolvimento tecnológico, exigiram profissionais mais habilitados. Os economistas dizem que durante os últimos vinte anos aconteceram muitas mudanças no mercado de trabalho que podem ter influenciado a relação entre ganho e tempo de estudo - disse Paim.
O estudo aponta ainda uma diferença de rendimentos entre os trabalhadores do Nordeste e do Sudeste. Em 1982, a média de rendimentos dos empregados nordestinos era 65% inferior à dos trabalhadores do Sudeste. Em 2004, essa diferença subiu para 75%.
No começo dos anos 80, o salário médio dos trabalhadores nordestinos era de R$ 466,70 e caiu para R$ 297,21 há dois anos, o que representa uma queda de 37%. Já os salários médios no Sudeste caíram 33%, passando de R$ 772,09 em 1982 para R$ 517,75 há dois anos.
Os pesquisadores escolheram as duas regiões porque nelas estão concentrados 70% dos trabalhadores brasileiros, lembrou Paim. O estudo do Ipea foi elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que investigou trabalhadores urbanos com idade entre 25 e 60 anos.
18/05/2007
Agência Senado
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