Ipea debate competitividade das empresas nacionais
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou nesta semana o seminário A competitividade das empresas brasileiras diante do cenário global, comandado pelo professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida.
Voltado para os técnicos do Ipea que integram o grupo de trabalho sobre a atual crise financeira internacional e seus desdobramentos, o evento foi transmitido por videoconferência para o escritório do instituto no Rio de Janeiro. Mediaram a exposição a diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), Vanessa Petrelli, e a chefe da Assessoria Técnica da Presidência (Astec), Luciana Acioly.
Almeida destacou a capacidade de gestão das empresas brasileiras, principalmente das 250 maiores, que deixaram o modelo familiar, a partir dos anos 1990, e profissionalizaram suas gestões. Para ele, o processo de internacionalização também torna essas organizações mais sistemáticas, produtivas e inovadoras, além de alargar a possibilidade de financiamento a longo prazo.
O professor lembrou que, no período anterior a 2006, as indústrias viveram certa euforia em voltar sua produção à exportação, quando “o coeficiente produtivo enviado para o mercado internacional chegou a 30%”. Atualmente, segundo ele, a produção está direcionada para o mercado interno.
Júlio Almeida considerou, porém, que a média geral da produtividade industrial brasileira é baixa, pois as fábricas ainda utilizam maquinário velho. “Mas se voltarmos os olhos para as 250 maiores empresas, o cenário é bem diferente”, pontuou. O professor acrescentou que o alto custo de energia, tributos, matérias-primas e logística são fatores que minam o potencial competitivo do setor privado nacional.
As sugestões que Júlio Almeida reforçou para que esse cenário mude são a desoneração na origem da cadeia industrial e a criação de programas de produtividade e gestão para o setor industrial. “A indústria tem muita cautela para investir frente sua demanda, precisa se inteirar mais”, afirmou. Vanessa Petrelli acentuou que, embora o endividamento das empresas tenha aumentado, principalmente em dólar, o “colchão de liquidez é razoável, e gera rentabilidade”.
Fonte:
Secretaria de Assuntos Estratégicos
20/10/2011 18:19
Artigos Relacionados
Conselho de Comunicação Social debate fortalecimento das empresas nacionais
Nova política industrial quer aumentar competitividade de produtos nacionais
Romero Jucá aponta necessidade de aumento de competitividade de produtos nacionais
Falta de competitividade da indústria compromete crescimento, alerta estudo do Ipea
Empresas precisam aumentar competitividade no exterior, mostra pesquisa
Investimento em responsabilidade social garante mais competitividade às empresas