Ipea indica sugestões para integração Brasil-Venezuela



O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu, na quarta-feira (11), o seminário Brasil – Venezuela: Integração Produtiva e de Infraestrutura. Durante o evento, o técnico de Planejamento e Pesquisa e titular da Missão do Instituto na Venezuela, Pedro Silva Barros, apresentou os primeiros resultados de dois estudos. Participaram também do debate José Antônio Marcondes de Carvalho, embaixador do Brasil na Venezuela, e Maximilien Sánchez Arvelaiz, embaixador da Venezuela no Brasil. 

A primeira pesquisa, intitulada A Integração de Infraestrutura Brasil-Venezuela: A IIRSA e o Eixo Amazônia-Orinoco, indicou ações de integração energética e dos sistemas de transporte que poderiam fortalecer os laços produtivos entre os dois países e reforçar o fluxo do comércio bilateral, que movimentou U$ 4,6 bilhões em 2010. De acordo com o documento, a principal medida a ser tomada seria a consolidação do eixo estratégico Amazônia-Orinoco.

Isso seria possível com a construção ou melhoria de infraestrutura rodoviária (recuperação da BR-174, que cruza os estados de Mato Grosso, Amazônia e Roraima até a fronteira com a Venezuela) e ferroviária (linhas férreas que liguem a faixa petrolífera de Orinoco e o Estado de Sucre ao Norte do Brasil), além do uso de hidrovias, aproveitando a conexão natural entre a Bacia Amazônica e a Bacia do Orinoco. Do ponto de vista energético, as exportações venezuelanas poderiam ser favorecidas pela construção de gasoduto unindo a área gasífera de Paria a Manaus.

A integração das cadeias produtivas do Sul da Venezuela e do Norte do Brasil foi abordada na segunda pesquisa, resultado de uma parceria do Ipea com o Ministério do Poder Popular para Ciência, Tecnologia e Indústria Intermediárias (MCTI). Segundo Pedro Barros, existe um considerável potencial de complementação produtiva entre as duas regiões, mas que ainda é pouco explorado. “A principal relação da Venezuela com o Norte do Brasil é a importação de bovinos do Pará, sem nenhuma integração entre atividades”, comentou.

Como ações prioritárias, o estudo elegeu a reativação da cooperação entre a Zona Franca de Manaus e a Zona Franca de Puerto Ordaz e o estímulo a setores de interesse comum, como a construção civil, a produção agrícola e de fertilizantes e a mineração. “O Brasil, por exemplo, importa quase metade do seu consumo de fertilizantes de regiões distantes como a Rússia e Marrocos, sendo que existe na Venezuela potencial enorme de produção”, destacou o técnico do Ipea.

 

Fonte:
Ipea



12/05/2011 17:27


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