Iris debate aumento da violência e cobra maior atenção do governo
- Ao Executivo cabe, no mínimo, executar as políticas que indicou no plano nacional de segurança. Resta ao governo a decisão política de modificar o estado de coisas - afirmou. Iris Rezende criticou a prioridade que o governo vem dando à política econômica, centrada no combate à inflação e na estabilização da moeda, deixando de lado a questão social.
O senador lastimou que a maioria dos casos não tenha solução tão rápida e eficaz quanto o seqüestro que envolveu o apresentador Silvio Santos e a filha dele, Patrícia Abravanel. De acordo com o senador, dados indicam que, em São Paulo, apenas 1,7% dos homicídios leva à condenação e apenas 2,5% dos crimes são resolvidos.
Iris se disse especialmente preocupado com a desesperança que vê na população, o que pode fortalecer a crença na necessidade de "fazer justiça com as próprias mãos". Ainda assim, o senador defendeu a legalização da posse de armas pela população, cuja proibição vem sendo discutida no Congresso. Segundo o senador, as forças policiais não conseguiram impedir que os bandidos tenham armas e não seria justo tirar a possibilidade de resistência dos cidadãos. "Os morros do Rio estão armados até os dentes", disse.
Conforme dados de recente pesquisa do Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de São Paulo citados pelo senador, 50% dos brasileiros que vivem em 10 capitais brasileiras deixaram de sair de casa à noite por temerem por suas vidas. De acordo com Iris, na última década o número de mortes por homicídios aumentou 200% no Brasil e mesmo o aumento do contingente de agentes de segurança privados e públicos não diminuiu o problema.
Solução
Entre as formas de combater o problema, o senador sugeriu a união de forças envolvendo o poder público e a sociedade civil para implantar uma efetiva política de controle da violência, associando instrumentos preventivos e repressivos. Iris afirmou ainda que jovens escolarizados e preparados para o mercado de trabalho terão menos chance de serem atraídos pelo crime, mas educação e trabalho têm efeitos a longo prazo. "Mas é preciso começar e rápido, porque é com atitudes no presente que vamos garantir a segurança no futuro", defendeu.
O senador reconheceu que o desemprego e subemprego empurram legiões inteiras para a marginalidade e atribuiu a violência à pobreza, ao desemprego, aos conflitos de classe, à falta de saúde e de moradia. Em aparte, o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) sugeriu uma convocação nacional para discutir o problema. "Os instrumentos que temos estão se mostrando ineficazes", afirmou.
10/09/2001
Agência Senado
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