Iris defende mutirão para levar moradia a 52 milhões de favelados
A senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) sustentou da tribuna que só um grande projeto nacional de mutirão poderá dar "moradia decente" a 52 milhões de brasileiros que vivem em favelas. Ela sugere que o governo federal forneça material de construção, os estados construam redes de esgoto e água e asfaltem as ruas e as prefeituras forneçam os lotes em um amplo programa de mutirão. Os beneficiados se encarregariam da mão de obra para construir as casas.
Iris de Araújo citou relatório divulgado recentemente pelas Nações Unidas, segundo o qual 25% dos brasileiros estarão morando em favelas dentro de 14 anos. Emtodo o mundo, cerca de 16% dos habitantes das cidades moram em favelas .
- O documento, baseado em números do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], revela que as condições de moradia afetam quem vive nas favelas: eles passam mais fome, têm menos educação, conseguem menos emprego e têm mais doenças que os demais habitantes das cidades - disse.
Iris disse que os governos não podem ignorar os habitantes das favelas, que são o maior grupo nos países em desenvolvimento depois dos moradores das áreas rurais. A senadora revelou que um estudo feito no Rio de Janeiro "apresentou uma constatação chocante: viver na favela é uma barreira maior na hora de conseguir emprego do que ser negro ou mulher".
A senadora criticou os últimos quatro presidentes da República por não terem "sequer prometido uma solução aceitável e justa" para as favelas do país. Lembrou que os habitantes das favelas, além de enfrentar preconceitos, vivem intimidados pelo tráfico de drogas e pela violência, enfrentando falta de água e de esgotos, de postos de saúde ou de segurança pública.
Em aparte, ela foi apoiada pelos senadores César Borges (PFL-BA) e Leonel Pavan (PSDB-SC). César Borges lamentou que os gastos federais com habitação popular têm diminuído nos últimos anos.
10/07/2006
Agência Senado
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