Iris pede a FHC que suspenda "a humilhação" do corte de energia



O senador Iris Rezende (PMDB-GO) qualificou em discurso, nesta quarta-feira (dia 8), como uma humilhação a decisão das empresas de energia elétrica de determinar o corte do fornecimento para as famílias que não conseguiram reduzir em 20% seu consumo. Ele pediu ao presidente Fernando Henrique Cardoso que reveja a determinação do corte, argumentando que a multa aplicada aos consumidores que gastam mais já é suficiente.

- Eles não merecem este castigo, afirmou. O presidente tem de levar em conta que o Brasil inteiro entendeu os problemas do setor energético e as pessoas aderiram em massa à redução de consumo. O presidente precisa dar este crédito ao povo. Afinal, o povo deu crédito ao governo quando este pediu que todos economizassem energia - sustentou o senador goiano, argumentando que a suspensão do corte de eletricidade não levará ninguém a desistir de reduzir o consumo.

Iris Rezende informou que, em seu estado, de 1,6 milhão de consumidores de energia elétrica, 290 mil não obtiveram redução de 20% e a companhia de eletricidade de Goiás anunciou que irá cortar seu consumo por três dias a partir da próxima semana.

- E quem só conseguiu economizar 15%, 18%? Este terão a mesma punição de quem nada economizou? O presidente tem de pensar nas famílias com crianças e pessoas doentes. Não é justo que elas fiquem sem energia. Não conheço uma pessoa sequer que não tenha entrado no esforço de redução - disse o senador.

O senador criticou o governador do estado, que retornou de uma viagem ao exterior, onde foi oferecer a grupos estrangeiros a Centrais Elétricas de Goiás (Celg). Lembrou que o governador havia afirmado, em debate político, ao seu lado, que jamais venderia a Celg e agora, no entanto, "oferece a empresa a multinacionais".

Iris Rezende disse temer pelo futuro dos pobres das periferias das cidades, pois "pessoas que dirigem multinacionais não agem com o coração, mas pensando apenas nos lucros - todos sabem que levar energia a pobre não dá retorno financeiro", acrescentou.

Em aparte, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) apoiou o apelo de Iris Rezende e informou que, em Santa Catarina, o governador do estado não admitiu qualquer queda de ICMS sobre o setor elétrico e acabou "conseguindo" um aumento de 20,78% nas tarifas. "Ninguém pensa no povo. Se o consumo de energia cai, eles aumentam a tarifa no mesmo percentual para compensar", disse Maldaner.

08/08/2001

Agência Senado


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