Iris quer mais proteção para crianças e jovens
Recente reportagem de TV sobre uma adolescente que estava sendo prostituída pela própria mãe levou a senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) a sugerir nesta terça-feira (8) que, além do combate à fome, o governo Luiz Inácio Lula da Silva ofereça modelos alternativos para cerca de 1 milhão de jovens brasileiros -que não estudam, não trabalham, não têm opções de lazer e, por isso, são presas fáceis do crime organizado, tanto do tráfico de drogas, quanto da exploração sexual-.
A senadora relatou que, quando foi primeira-dama de Goiás, angustiada com o número crescente de crianças perambulando pelas ruas de Goiânia, saiu nas madrugadas para convidá-las a tomar um lanche com ela no palácio.
- Recebemos uma multidão de crianças, que foram encaminhadas aos órgãos de assistência a menores, mas não tive êxito - admitiu.
As crianças, disse Iris, já estavam acostumadas à liberdade e à falta de regras das ruas e a única maneira de evitar que elas ficassem nas ruas seria deter o processo ainda na família.
Na avaliação da senadora, para acabar com a prostituição de jovens e crianças no país será preciso mais do que alimentar quem está passando fome.
- A exploração de crianças e adolescentes é como o uso de drogas ou qualquer outra peste semelhante que, uma vez tendo contaminado a sociedade, não será assim tão facilmente erradicada - afirmou.
A prostituição infanto-juvenil, lembrou Iris de Araújo, é vendida no exterior como atrativo turístico, mesmo o Brasil tendo uma legislação modelar sobre o assunto, além de incontáveis iniciativas parlamentares, de esforços do Executivo e de organizações não-governamentais que atuam na proteção das crianças contra o comércio sexual.
- No entanto, nada nos faz acreditar que este problema esteja diminuindo, pelo contrário - avaliou.
Iris de Araújo ressaltou que -conhecer a extensão do mal é fundamental para o seu combate-, acrescentando que as autoridades brasileiras o conhecem bem. Ela citou o Relatório Nacional sobre a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, publicado no final do ano passado, segundo o qual no Norte do Brasil a prostituição infantil ocorre mais freqüentemente nos garimpos e se apresenta sob formas bárbaras, como cárcere privado, leilões, mutilações e até assassinatos.
08/04/2003
Agência Senado
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