Iris Rezende pede atuação mais enérgica do governo contra Canadá



De maneira veemente, o senador Iris Rezende (PMDB-GO) cobrou do governo brasileiro atitude mais enérgica frente à proibição canadense de importação da carne brasileira. "Peço ao presidente Fernando Henrique Cardoso que determine a seus ministros um comportamento à altura do problema que a pecuária está vivendo", afirmou nesta quinta-feira (dia 8), no plenário. De acordo com o senador, a diplomacia brasileira usufrui de grande respeito mas está falhando nesse caso. "Uma bofetada se responde com outra bofetada", disse.

Iris entende que o Brasil não pode aceitar a situação que prejudica mais diretamente a economia dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, responsáveis por 50% do rebanho brasileiro. "Em um caso como este, a diplomacia brasileira precisa expressar suas ações através de cotoveladas. O Canadá tem que aprender a respeitar um país de 160 milhões de pessoas. Temos dignidade, amor próprio, merecemos respeito", afirmou.

O gesto canadense de proibir a entrada de carne brasileira naquele país, sob a alegação de que um pedido de informações não havia sido respondido a tempo pelo governo brasileiro, foi considerado criminoso pelo senador. Na sua opinião, tal argumento não passou de pretexto usado pelo Canadá para atingir a economia brasileira por causa da disputa comercial entre as empresas de aviação Embraer, brasileira, e Bombardier, canadense.

- Quem vai saldar os débitos dos pecuaristas e frigoríficos?, questionou Iris, que relatou um ambiente de revolta em Goiás.

Segundo o senador, seria fácil organizar em 48 horas um protesto que poderia levar mais de um milhão de goianos às portas da embaixada canadense.

- A doença da vaca louca assola os rebanhos europeus. Nunca o rebanho brasileiro foi ou será alimentado com vísceras de animais - disse.

Para Iris Rezende, o Canadá jogou por terra um passado de consideração comercial e diplomática ao determinar o veto à carne brasileira. Como exemplo da boa relação que existia, ele citou a entrega, àquele país, dos seqüestradores canadenses do empresário Abílio Diniz, condenados no Brasil. Para o senador, o mais grave é que o boicote à carne brasileira tem repercussão em outros países, começando pelos demais integrantes do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) - Estados Unidos e México -, do qual o Canadá é signatário, seguidos pelo Irã, o que pode prejudicar o Brasil em todo o mundo. Ele enfatizou que o cenário já provocou queda do preço da carne.

08/02/2001

Agência Senado


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