Iris Rezende quer combater discriminação contra o homem de origem rural

Ao lembrar a realização, na África do Sul, de assembléia geral das Nações Unidas para discutir a discriminação racial, o senador Iris Rezende (PMDB-GO) chamou a atenção também para a discriminação de que são vítimas, no Brasil, os cidadãos oriundos da zona rural. O senador elogiou a decisão do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, de propor a criação de cursos preparatórios para facilitar o ingresso de brasileiros negros nas universidades e reivindicou medidas que beneficiem também os jovens pobres que migraram do campo para a cidade.

Iris Rezende citou dados divulgados pela imprensa segundo os quais apenas 2% dos negros chegam à universidade, para acrescentar que 40% daqueles que deixam o meio rural não encontram ambiente na cidade, e que apenas 2% deles ingressam no ensino superior.

O senador lembrou que se há 40 anos 80% da população brasileira vivia no campo, hoje este percentual não passa de 18%. Ele ressaltou que a situação tem sido agravada pelo "sistema financeiro selvagem vigente no Brasil", acrescentando que milhões de brasileiros perderam suas propriedades rurais quando buscaram financiamento agrícola.

Iris Rezende também chamou a atenção para o fato de que 90% dos cursos das universidades públicas funcionam durante o dia, o que impede o estudante pobre de frequentá-las, porque precisa trabalhar para sua subsistência. A esses estudantes, lamentou, resta a universidade particular. Ele reivindicou do governo medidas que garantam aos estudantes pobres o acesso à universidade e, principalmente, ao ensino médio. Ele defendeu a união dos governos federal, estaduais e municipais na busca de soluções e a destinação de mais recursos para a educação.

27/08/2001

Agência Senado

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