Irmã Dulce



A solidariedade, a dedicação e o amor ao próximo marcaram a vida de Irmã Dulce. Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ela nasceu em Salvador, em 1914, e descobriu a vocação religiosa ainda jovem.

Após a morte da mãe, Irmã Dulce, com apenas sete anos, foi morar com as tias. O primeiro contato com os mais necessitados ocorreu quando visitou um bairro pobre de Tororó, na capital baiana. Aos 13 anos já cuidava de doentes em sua casa.

Formada pela Escola Normal da Bahia como professora, ela iniciou sua trajetória religiosa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristovão, em Sergipe. Foi nessa época, ao ser ordenada como freira, que passou a ser conhecida como Irmã Dulce, em homenagem à mãe.

O começo do trabalho da jovem missionária foi intenso. Ela lecionou num colégio mantido pela congregação, na Cidade Baixa, em Salvador, e ofereceu assistência aos pobres na mesma região.

Com o espírito revolucionário, ela fundou várias instituições sociais. A primeira delas em 1936, quando inaugurou a União Operária São Francisco, primeiro movimento cristão operário da Bahia. No ano seguinte criou, em parceria com o Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído por meio de doações.

Outra obra importante foi a inauguração do Colégio Santo Antônio, em 1939, para operários e filhos de operários. No mesmo ano, Irmã Dulce precisou invadir algumas casas para acolher doentes que estavam nas ruas de salvador.

Expulsa, ela peregrinou por pelo menos uma década até conseguir abrigar os cerca de 70 enfermos no galinheiro do Convento Santo Antonio. O Albergue improvisado deu origem ao Hospital Santo Antonio, um complexo médico, social e educacional que existe até hoje e é referência na Bahia.

Indicada ao Prêmio Nobel da Paz, em 1988, pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia, Irmã Dulce morreu quatro anos depois.

O processo para torná-la santa da Igreja Católica foi iniciado em 2000. A beatificação em 2011, após a confirmação de um milagre, é o último passo antes da canonização. É necessário que mais um milagre seja comprovado pela equipe de peritos e teólogos da Congregação para as Causas dos Santos para que a “Mãe dos pobres”, como ficou conhecida, seja declarada santa.

Fontes:
Obras Sociais de Irmã Dulce
Governo da Bahia



28/06/2012 15:19


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