Irmão de envolvido em esquema do Banestado evita colaborar com CPI



A CPI do Banestado ouviu nesta terça-feira (23) Valderli Werle, que foi assistente da gerência na agência do Banestado em Foz do Iguaçu. Os senadores e deputados questionaram Werle sobre a expressiva movimentação financeira em contas cujos titulares eram seu irmão e sua mãe.

Segundo apurou a CPI, foram abertas pelo menos sete contas em nome de -laranjas- na agência. Em uma delas, de Valdir Werle, irmão do ex-funcionário do banco, foram movimentados, em cerca de quatro anos, US$ 2,7 bilhões. Valdir Werle está preso, acusado de aliciar pessoas para funcionarem como -laranjas-. Na conta da mãe dos irmãos Werle, que trabalha como costureira, teriam sido movimentados US$ 28 milhões.

Os parlamentares ofereceram a Valderli Werle a condição de testemunha especial, o que poderia lhe dar o benefício do perdão judicial, se colaborasse com as investigações. O depoente não aceitou e também se recusou a depor em sessão reservada.

O último a falar nesta terça-feira foi o ex-funcionário do Banestado nas Ilhas Cayman, Ricardo Franczyk. Ele afirmou que concedeu empréstimos no valor de US$ 4,7 milhões a quatro empresas do Paraná em troca de notas promissórias, no valor do empréstimo. O ex-gerente disse que as garantias para os empréstimos eram insuficientes e que os recursos foram liberados às pressas e alegou ter cumprido ordens do então diretor de Câmbio e Operações Internacionais do banco, Gabriel Nunes Pires Neto.

Segundo o relator, deputado José Mentor (PT-SP), os empréstimos, feitos para Jabur Veículos (US$ 1,5 mi), Trevo Informática (US$ 700 mil), Tucumã Engenharia & Empreendimentos (US$ 1,5 mi) e Redran Construtora de Obras Ltda (US$ 1 mi), tiveram como avalista o doleiro Alberto Youssef, que responde a processos por lavagem de dinheiro no estado do Paraná e está foragido.



23/09/2003

Agência Senado


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