Itamar sugere debate com Serra sobre proposta de salário mínimo




Na condição de líder do PPS, o senador Itamar Franco (MG) sugeriu nesta terça-feira (8) que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ouça o ex-candidato à Presidência da República, José Serra, além de representantes das centrais sindicais, a respeito da proposta do Executivo de fixar o salário mínimo em R$ 545 este ano.

Na última campanha presidencial, Serra defendeu um salário mínimo de R$ 600, enquanto as centrais sindicais queriam que o benefício fosse de R$ 580. Esse valor continuou a ser reivindicado pelos sindicalistas mesmo após a posse de Dilma Rousseff na Presidência da República. A presidente, por sua vez, mantém em R$ 545 a proposta do Executivo, que ainda será votada pelo Congresso Nacional.

- É bom e natural que tenhamos opiniões divergentes. Afinal, estamos tratando de um assunto da maior gravidade que trará repercussões na economia do país, qualquer que seja o seu desfecho. O salário mínino que aqui viermos a deferir trará reflexos no seio da família brasileira, especialmente das menos favorecidas, que infelizmente ainda são expressiva maioria em nosso país - afirmou.

As centrais sindicais, disse Itamar, sustentam que sua proposta garante a reposição do índice de inflação, acrescido da variação do Produto Interno Bruto (PIB). Já José Serra garante ser possível um salário mínimo de R$ 600, desde que o governo federal promova corte de gastos, renegocie contratos considerados desfavoráveis à União e faça uma reestimativa de suas próprias receitas.

Serra, disse Itamar Franco, aponta ainda a necessidade de revisão da receita da Previdência Social, contida na mensagem orçamentária enviada ao Congresso, que, para ele, estaria subestimada.

Itamar Franco reconheceu que "alguns" tentarão desqualificar a proposta de Serra pelo fato de ele ter sido derrotado nas últimas eleições presidenciais. O senador garantiu, porém, que a sugestão de ouvi-lo na CAE não ressuscita divergências e nem promove um terceiro turno eleitoral, "como alguns entendem as propostas vindas da oposição".

- Estou certo que, neste caso, não há contraditório a ser valorizado, nem embate a ser travado entre bancadas. Deve haver, sim, o manifesto interesse desta Casa em conhecer as alternativas que temos para buscar o que é melhor para o país e o melhor para o trabalhador brasileiro - afirmou.



08/02/2011

Agência Senado


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