JÁDER CONSIDERA DENÚNCIAS DE ACM EXTEMPORÂNEAS



O senador e presidente nacional do PMDB, Jáder Barbalho (PA), em resposta ao discurso do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse nesta quarta-feira (dia 5) que considera natural,- "embora desnecessárias" - a abertura de contas bancárias e a apresentação de documentos sobre bens, uma vez que periodicamente todos os senadores encaminham declaração de renda à Mesa do Senado, de acordo com o que é exigido por lei. E classificou como "extemporânea" a entrega à Mesa do dossiê contendo as denúncias reunidas pelo presidente do Senado contra ele.- Sempre que é pressionado, o senador Antonio Carlos ameaça com um dossiê - disse Jáder.O presidente do PMDB lembrou que o embate começou depois de ter deixado clara a contradição em torno da questão do salário mínimo entre Antonio Carlos e o ministro da Previdência Social, Waldeck Ornelas, ambos do PFL. Segundo ele, o presidente do Senado defendia um valor que o ministro de seu partido considerava incompatível com a situação da Previdência Social.O senador Jader Barbalho afirmou em seu discurso que Antonio Carlos Magalhães não teria nem compostura nem equilíbrio para o exercício do cargo de presidente do Senado Federal. Barbalho listou uma série de declarações em que, segundo disse, Antonio Carlos teria sido "truculento". Ele ressaltou que o presidente do Senado havia utilizado o termo "prostíbulo" para referir-se à família do prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Jáder citou também os episódios em que Antonio Carlos teria chamado de "besta" o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) e mandado a senadora Heloísa Helena (PT-AL) "calar a boca" no seu primeiro dia de mandato.Cópias de entrevistas, notícias e artigos de jornal foram exibidos pelo senador peemedebista para relembrar agressões dirigidas a jornalistas, o adjetivo "fraco" destinado ao presidente Fernando Henrique Cardoso e o que chamou de pouca consideração de Antonio Carlos com o seu próprio partido.Ao entregar o dossiê à mesa, disse Jader, Antonio Carlos estaria tentando envolvê-lo no processo movido contra o presidente do Senado pelo deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ). O presidente do PMDB afirmou que o senador baiano deveria se afastar da Presidência até que o assunto seja encerrado, a fim de evitar que parlamentares e funcionários do Congresso sofressem pressão para não adotar as providências cabíveis no caso. - Vossa Excelência me quer como companheiro nesse inquérito, mas esse inquérito é seu. Vá sozinho - disse Jáder.Outra razão citada pelo líder pemedebista para a atitude de Antonio Carlos é que este estaria tentando impedir que Jáder chegue à Presidência do Senado na eleição que irá se travar dentro de dez meses. - Muitas vezes não adianta fazermos muitos planos, porque Deus lá em cima muda tudo - disse Jáder, que criticou Antonio Carlos por dar crédito a denúncias que saem na imprensa, o que é um fato comum na vida de todo homem público. Em seguida, leu algumas manchetes em que o presidente do Senado é acusado de corrupção. O senador se deteve por mais tempo tratando das ligações políticas entre Antonio Carlos e o ex-senador Gilberto Miranda, acusado de sonegação, e do esforço que o presidente do Senado teria feito para que o Banco Excel assumisse o falido Banco Econômico. O Excel teria mandado US$ 100 milhões irregularmente ao exterior.Jáder fez questão de se defender de dois processos em que é acusado de irregularidades administrativas: o caso Aurá, em que teria havido desapropriação de terras inexistentes, e o do Banpará, em que teria ocorrido malversação de recursos do Banco do Estado do Pará. Num episódio como no outro, a Justiça teria arquivados os processos por falta de fundamento, conforme resumos de sentenças lidos pelo presidente do PMDB.

05/04/2000

Agência Senado


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