Jader respondeu denúncias uma a uma



O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) tratou, em discurso no Plenário nesta quarta-feira (dia 15), das denúncias contra ele sob exame no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. As questões serão examinadas preliminarmente por uma comissão integrada pelos senadores Jefferson Péres (PDT-AM), Romeu Tuma (PFL-SP) e João Alberto (PMDB-MA).

Pedido de propina

Revista de circulação nacional publicou reportagem contendo fita de suposta conversa entre o deputado estadual do Amazonas, Mário Frota, por telefone, com empresário daquele estado. O deputado teria solicitado, em nome de Jader Barbalho, US$ 5 milhões para facilitar a liberação de recursos pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Jader afirmou que a notícia é uma infâmia, uma calúnia. "A denúncia é grave. Mas não é menos grave que se possa achincalhar impunemente a honra de qualquer um dos membros desta Casa. Hoje a minha, amanhã a de qualquer outro. A situação atinge o presidente do Senado Federal e torna a instituição vulnerável", afirmou.

Jader informou que o deputado desmentiu a notícia na imprensa e disse que a voz na fita não é dele. Ao tomar conhecimento da reportagem, Jader fez interpelação judicial do deputado e do empresário. Mário Frota desmentiu judicialmente a denúncia e disse que jamais procurou Jader para tratar deste ou de qualquer outro assunto. O senador aguarda agora a interpelação ao empresário.

- Os três senadores encarregados do caso foram a Manaus e já se especula que essa fita seja falsa. Não esperei que essa fita fosse declarada inverídica, fui à interpelação judicial com a indignação dos injustiçados - disse.

Títulos da Dívida AgráriaA revista IstoÉ publicou em junho denúncia baseada na gravação de conversa telefônica entre o subprocurador-geral da República aposentado Gildo Ferraz, o banqueiro Serafim Rodrigues de Moraes e sua atual mulher, Vera Arantes Campos (ex-corretora da Bolsa de Valores de São Paulo). O casal teria contado a Ferraz como pagaram, no final de 1988, US$ 4 milhões na compra de TDAs ao empresário Vicente de Paula Pedrosa da Silva. Segundo a revista, Vera teria visto o cheque utilizado para fechar o negócio ser entregue a Jader Barbalho, então ministro da Previdência Social. A compra teria sido feita com um cheque do Bamerindus de São Paulo.

Logo ao saber da notícia, o senador Jader Barbalho pediu ao procurador-geral da República abertura de inquérito pela Polícia Federal. Como presidente do Senado, pediu ao senador Romeu Tuma (PFL-SP) para acompanhar o episódio. De acordo com o senador, Vera Campos, depondo a Tuma e a um delegado da Polícia Federal, disse que enquanto Serafim conferia as TDAs no hall do Hotel Hilton, ela teria circulado pelas proximidades e visto próximo ao elevador do hotel o então ministro da Previdência, Jader Barbalho. E a partir daí, Vera e o marido desmentiram a reportagem, disse o senador.

No depoimento, o casal afirma ter saído do hotel e feito depósito em conta para ser recebido em Belém. Não teria havido cheque. "Disseram apenas ter me visto. E nem sei se me viram mesmo, porque o registro do Hotel Hilton diz que estive na semana anterior em São Paulo. Para provar minha inocência tenho que lembrar se eu estava ou não no hall de um hotel em São Paulo, 13 anos atrás", afirmou.

A imprensa passou também a divulgar que Jader teria desapropriado uma fazenda fantasma.

- Não desapropriei. Encaminhei o caso ao presidente da República com todos os pareceres do ministério, atendi todas as recomendações. No último dispositivo, estabeleci que a desapropriação só poderia ser feita em juízo, teria que se provar a propriedade - disse o senador.

A desapropriação teria acontecido por acordo, depois que Jader deixou o ministério. Ele disse não ter qualquer responsabilidade no caso.

15/08/2001

Agência Senado


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