JADER SUGERE PRESTAÇÃO DE CONTAS DA POLÍTICA MONETÁRIA AO SENADO



Ao registrar o aniversário de um ano da introdução do sistema de bandas cambiais pelo então presidente em exercício do Banco Central, Francisco Lopes, que alterou os limites do dólar negociado pela autarquia nos mercados interbancário e de câmbio e gerou instabilidade nos mercados financeiros, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), líder do seu partido, sugeriu que o Senado deveria obrigar, a cada três meses, de forma compulsória, que o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central comparecessem à Casa para expor sobre o que está acontecendo na economia do país e na política monetária.
- No momento em que a banda diagonal endógena completa um ano de aniversário, a dilapidação de 1,5 bilhão do patrimônio publico, por parte das autoridades que àquela altura dirigiam o Banco Central, devem receber registros não só da imprensa, mas também do parlamento, particularmente do Senado - comentou Jader Barbalho.
O senador pelo Pará lembrou que no ano passado o Senado instalou, através de requerimento de sua autoria, a CPI do Sistema Financeiro, criada com o objetivo de apurar oito fatos determinados, sendo que o primeiro deles foi denominado "A operação secreta de socorro aos bancos Marka e FonteCindam, pelo Banco Central do Brasil". Ele acrescentou que mais de 1,5 bilhão dos recursos que foram investidos nos bancos em 24 horas terão que ser pagos pelo poder público e pela sociedade.
Alertando que a memória do que aconteceu há um ano deve ser lembrada para evitar que os erros sejam repetidos no futuro, Jader Barbalho registrou que, embora muitas alterações sugeridas pela CPI do Sistema Financeiro já tenham sido implementadas, existem outras medidas que precisam ser colocadas em prática. Ele sugeriu o aniversário do sistema de bandas como momento apropriado para refletir sobre o que aconteceu e a necessidade de adotar as soluções propostas no relatório da CPI.
Citando reunião realizada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado na quarta-feira passada (dia 12), onde foi discutida a possibilidade do Supremo Tribunal Federal julgar magistrados, Jader comparou que no caso dos diretores do Banco Central, "eles estão acima do bem e do mal e vão ficar também acima da lei, porque estão protegidos pela irresponsabilidade".

13/01/2000

Agência Senado


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