Jarbas chama Eduardo de "fraudador"







Jarbas chama Eduardo de "fraudador"
Governador rebate críticas feitas pelo deputado federal, que o classificou de "blefe da política pernambucana"

O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) rebateu ontem as críticas feitas pelo deputado federal Eduardo Campos (PSB) afirmando que elas "não tinham a mínima importância" nem lhe faziam "mal algum". Foi duro, porém, ao referir-se ao parlamentar: "Eduardo Campos é um fraudador responsável pelo Escândalo dos Precatórios". Jarbas fez as declarações durante entrevista, após assinar ordem de serviço autorizando obras de urbanização nas comunidades de Sítio Grande e Dancing Days, na Imbiribeira.

Eduardo Campos disse que não houve irregularidades na operação dos precatórios (realizada durante o governo Miguel Arraes). Anteontem, ao discursar no Congresso Estadual do PSB, ele afirmou que o governador era "desinformado, desinteressado pelo trabalho e o maior blefe da política pernambucana".

Jarbas viaja amanhã para Brasília. Vai reunir-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB), para tratar de medidas de fortalecimento da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (que substituiu a Sudene). Deve também ter outros encontros políticos. Ontem ele disse que, em relação à sucessão presidencial, não havia "fato novo".

Jarbas e os governadores do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), e do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), estão envolvidos numa articulação em busca de um candidato único da aliança. O PMDB escolherá em 20 de janeiro próximo - por meios de prévias - o seu candidato à sucessão presidencial. Disputam a indicação o senador Pedro Simon (RS) e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco - defensor de que a candidatura peemedebista seja de oposição ao Governo federal. Jarbas foi convidado para disputar as prévias, mas não aceitou. Ele considera que se a aliança que apóia o presidente Fernando Henrique Cardoso sair dividida em 2002, a oposição terá ampliada a chance de ganhar as eleições.

Hoje ele viaja para Passira (109 km do Recife), onde assina autorização para início dos serviços de obras de ampliação do sistema de abastecimento d'água. Na quinta-feira inaugura matadouros em Aliança (81 km) e Vicência (110 km). Na próxima segunda-feira estará em Ouricuri (630 km).


João Paulo pede "paciência" aos aliados
Prefeito critica idéia de dividir oposição ao governador em palanques regionais na sucessão estadual

O prefeito do Recife, João Paulo (PT), criticou ontem o "loteamento" do Estado que parte da oposição vem fazendo na discussão sobre sucessão eleitoral de 2002. Algumas das teses levantadas recentemente por integrantes da Frente de Esquerda, principalmente do PPS, defendem a criação de dois palanques, sendo um no Recife e outro no Interior do Estado. Na Região Metropolitana, haveria um palanque liderado pelo PT. No Interior, onde é mais estruturado, o PSB encabeçaria a chapa.

Esta seria uma estratégia para derrotar a aliança que apóia governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). "Não existe dono de Região Metropolitana e de cidades do Interior. O importante é somarmos forças para vencer o adversário", comentou João Paulo, em entrevista coletiva.

A possibilidade de haver mais de um palanque oposicionista, antes defendido pelo prefeito, caso a oposição não conseguisse a tão sonhada unidade, começou a ser revista pelo petista. "O sentimento que tive durante o congresso regional do PSB e do encontro do PCdoB no finalde semana é de marchamos para uma candidatura única oposicionista. Essa avaliação foi feita pelo balizamento das bases do PSB e pelo discurso de (Miguel) Arraes e Eduardo Campos", disse.

Na avaliação de João Paulo, a troca de farpas entre os partidos de esquerda divulgados diariamente pela Imprensa não pode ser vista como um retrocesso do ponto de vista do processo eleitoral. "A esquerda não vive de caciquismo. Discutimos, avaliamos e trocamos idéias. É uma prática democrática e isso exige paciência de todos os atores envolvidos", afirmou.

DIVERGÊNCIAS - Sobre o posicionamento do deputado federal Eduardo Campos (PSB), em defender que os partidos oposicionistas abram mão da indicação de seus candidatos para discutir primeiro um programa de governo ouvindo a sociedade, o prefeito rejeitou a proposta.

"Não existe essa possibilidade. Os nomes estão colocados para serem avaliados entre os partidos. Agora concordo com ele sobre a necessidade de discutirmos em parceria um programa para o Estado, nossas propostas, nossas articulações e como vamos estabelecer a relação com o Governo do Estado", afirmou o prefeito.

Eduardo Campos vem criticando o debate eleitoral dos partidos de oposição em torno de nomes. Para ele, o assunto chama pouco a atenção do eleitor. O ideal, para ele, seria iniciar discussões em torno da gestão do governador Jarbas Vasconcelos e de temas graves, como o da segurança pública, que envolveriam mais a população no trabalho da oposição.


Eudo tenta ampliar base metropolitana
A campanha à reeleição do deputado estadual Eudo Magalhães (PPB), que permanece com seu mandato sob judice no Supremo Tribunal Federal (STF), está na rua. Desde a semana passada, vários outdoors foram afixados em pontos de grande movimentação do Recife e da Zona da Mata do Estado. Apresenta a imagem do parlamentar, uma mensagem de felicidades pelo seu aniversário e pela luta em nome da verdade. Uma referência clara à reconquista do seu mandato, cassado em junho do ano passado pela Assembléia Legislativa, após ter sido acusado de quebra do decoro parlamentar. A peça publicitária leva a assinatura dos amigos de Eudo.

A iniciativa, de acordo com ele, foi uma surpresa. "Até agora não sei quem inventou de colocar", garantiu o deputado, fazendo questão de dizer que não se trata de campanha. Apenas uma "homenagem". Mas, de fato, Eudo tem intensificado seus esforços para manter-se no Legislativo. Ele informou que contratou um assessor de marketing para cuidar da sua campanha e está tentando compor uma assessoriade Imprensa.

Quer manter ou ampliar sua votação de 98 (27.000), adiantou. Desta vez, dará prioridade à Região Metropolitana do Recife, além de continuar por perto dos eleitores da Zona da Mata Sul. O trabalho para a conquista dos votos no litoral da Zona da Mata será redobrado. Eudo Magalhães vai tentar usar como trunfo sua atuação no ano de 1999 na Assembléia. "Fui o primeiro lugar na apresentação de requerimentos e reivindicações e o terceiro em número de projetos aprovados", assegura, lembrando da estatística daquele ano.

Enquanto a estratégia vem sendo finalizada, ele afirma que as dobradinhas com candidatos a federal estão sendo acertadas. Na lista de aliados estão candidatos como Shirley Oliveira (PFL), filha do deputado federal Inocêncio Oliveira (PFL); os deputados federais Pedro Corrêa (PPB), Luciano Bivar (PSL) e José Múcio Monteiro (PSDB).


Governo lança campanha nacional contra a tortura
População poderá denunciar maus-tratos pelo telefone 0800-707-5551

SÃO PAULO - Com três meses de atraso, o Governo lança hoje uma campanha nacional contra a tortura, para atender à Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou um relatório condenando o Brasil. Será um apelo para que a população denuncie a tortura, pelo telefone 0800-707-5551. Mas o sistema não dará garantias ao denunciante, como segurança ou encaminhamento jurídico ou médico-legal. O lançamento será feito pelo vice Marco Maciel (PFL), no exercício da presidência, no Salão Negro do Ministério da Justiça.

Do outro lado da linha, em vez de advogados, estarão estudantes de psicologia. Na prática, será um grande banco de dados. Ligar para o SOS Tortura ou para as ONGs do setor será a mesma coisa, com uma ress alva: algumas entidades têm médicos e advogados para as vítimas. A campanha será feita em conjunto com o Movimento Nacional de Direitos Humanos, que recebeu computadores e dinheiro para pagar funcionários.

Por causa da precariedade do projeto, sete Estados não terão centrais de acompanhamento. Nos demais, não há sequer um advogado para acompanhar as vítimas. Só um funcionário, com fax e computador, remunerado com R$ 410 mensais. O denunciante vai receber um número, que será mandado para o Ministério Público, ouvidorias e corregedorias policiais.

A vítima poderá ligar sempre para saber dos desdobramentos, a partir da senha obtida na denúncia. A quase totalidade das denúncias de tortura no Brasil apontam policiais civis, federais e militares como os autores desse tipo de crime hediondo. Mesmo assim, não foi tomado qualquer cuidado especial com a segurança das centrais do SOS. Já foi registrado um suposto atentado contra a central, em Brasília.

Em setembro, a central de Brasília, que fica exatamente no prédio da Polícia Rodoviária Federal, teve sua sala invadida e os fios telefônicos e de computadores cortados. Segundo a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, a direção da Polícia Rodoviária Federal manifestou-se sobre o caso, argumentando que se tratava de engano de um profissional do prédio.

"Nós pensamos, no início, que se tratasse de um atentado, uma reação da polícia, que sempre se irrita com denúncias de tortura. Depois soubemos que não se tratou disso. Mas estamos atentos. Pensamos em instalar câmaras na sala e cuidar mais da segurança do prédio e dos funcionários", disse o reverendo Romeu Olmar Klich, coordenador-geral do movimento.

Alguns núcleos estaduais do SOS, como o de São Paulo, que funcionará junto ao Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese, tentaram se articular com os governo estaduais. Como a tortura não é um crime tratado de forma federal, a investigação depende basicamente do Estado, cujos agentes são os principais acusados. Mas isso dependerá da disposição de cada Governo.


Genoíno diz que bicheiros desgastam PT
SÃO PAULO E PORTO ALEGRE - O deputado federal José Genoíno (PT), que venceu as prévias internas como candidato do partido ao Governo do Estado, admitiu ontem que as denúncias sobre o envolvimento de petistas gaúchos num esquema de proteção ao jogo do bicho, causaram um desgaste dentro do partido. "Que episódios como estes produzem desgastes, isso é obvio, mas não vamos esconder o sol com a peneira", afirmou.

O deputado garante, no entanto, que o PT tem convicção de que o governador "não tem nada com isso". Genoíno classificou o caso como grave e disse que se alguém falou em nome do governador tem de ser punido. "O PT não convive com esse tipo de prática e o partido não sabia que isso tinha ocorrido. O PT não tem culpa e, se houve erro, foi individual", afirmou.

Genoíno reiterou que o caso deve ser investigado. "O PT não tem medo de investigações e se alguém usou o nome deve ser punido", disse. O deputado não acredita, no entanto, que o caso possa levar a um impeachment de Olívio Dutra.

RETALIAR - Ogovernador Olívio Dutra afirmou ontem que a Secretaria de Justiça e Segurança deverá encaminhar imediatamente à CPI informações das investigações sobre o envolvimento da banda podre da polícia gaúcha com a contravenção. "Não há nenhum chantagem que nos impeça de desmontar a banda podre", afirmou o governador, sugerindo que as denúncias apresentadas contra o PT tenham o dedo de delegados que estão sendo investigados.

De acordo com Olívio, "não há nenhuma pessoa séria que possa fazer essa relação, nem remota, nem presente, do nosso Governo com a contravenção". O governador considerou reprovável a atitude de Diógenes de Oliveira, que usou seu nome para pedir ao ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino que não reprimisse os bicheiros, e disse que o partido deve tomar providências a respeito desse filiado.


Artigos

Fundamentalismo baiano
Lauro de Oliveira

Calar diante dessa enormidade que a Prefeitura da Cidade do Recife perpetra todos os anos contra os cidadãos moradores da avenida boa Viagem parece-me uma grave omissão.

Apesar da tênue esperança de que a mudança de comando na Prefeitura pudesse representar uma radical transformação, poucas alterações ocorreram no Recifolia deste ano. Houve, é fato, algumas mudanças, mas no todo permaneceu o mesmo absurdo dos anos anteriores: sons estridentes dos trios elétricos, sujeira na praia, transformada em fossa a céu aberto, muita bebida, drogas e brigas. Os moradores violentados no legítimo direito de ir e vir etc.

Chegou-se a noticiar que este ano o Recifolia teria um toque de pernambucanidade. O que houve, na realidade, foi o desfile inexpressivo da Frevioca, no primeiro dia, sem nenhum acompanhamento. Mais parecia um desfile fúnebre. E a apresentação de algumas músicas do nosso Carnaval com arranjos duvidosos, insípidos e de mau gosto. O que predominou mesmo foi a música baiana e o desfile obrigatório dos infernais trios elétricos. Não há dúvida que é um ato de terrorismo perpetrado em nossa cidade, uma invasão indébita de tradições carnavalescas que não se coadunam com as nossas. Se houvesse mais brio entre nós, era o caso de declarar guerra à Bahia e bombardear maciçamente os santuários baianos de axé music e os redutos dos proprietários dos trios elétricos, de modo a evitar, de uma vez por todas que novas excursões terroristas fossem realizadas contra nós. Basta de fundamentalismo baiano. Se nos faltam meios para tanto é o caso de solicitar ao presidente Bush que tome as providências, já que ele deseja extirpar o foco de terrorismo no Mundo.

Pareceu que a Prefeitura estava meio encabulada com o evento. Ficou num lamentável segundo plano. Pelo que vimos na publicidade televisiva, o Recifolia mais parecia iniciativa do Governo do Estado. Por que esse conflito de jurisdição? Às vezes, ficamos com a impressão de que há clones do governo passado agindo naPrefeitura.

Diga-se de passagem que a montagem de toda infra-estrutura (palanques, camarotes, barracas etc) esteve a cargo das mesmas firmas dos anos anteriores, cuja constituição e sócios desconheço. A Prefeitura, que deve ter feito licitação, naturalmente sabe e deve informar a população.

Quando o atual prefeito estava em campanha eleitoral anunciou que, se eleito, iria inaugurar um novo jeito de administrar, de caráter eminentemente participativo. Ficamos na expectativa. Ao que eu saiba, nenhuma reunião foi realizada em nosso bairro, com a participação dos envolvidos no assunto (blocos, agentes de turismo, donos de hotel, moradores etc). Onde, pois, o novo jeito de administrar?

A verdade é que a Prefeitura coleta o nosso IPTU (o mais caro da cidade) e aplica os recursos contra nós, infelizes moradores da avenida Boa Viagem. Um absurdo.

Observamos que o evento foi totalmente dominado por um novo e único fabricante de bebidas. Dá para imaginar que nas próximas eleições haja candidato a cargo públicoque tenha recebido as benesses desse fabricante e venha a usar como slogan de campanha: o candidato que desce redondo.


Colunistas

DIARIO Político

O PT e os bicheiros
A direção nacional do PT tem consciência que as denúncias sobre o envolvimento do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, com bicheiros, desgastou o partido. E para colocar essa história em pratos limpos provando que o PT gaúcho não recebeu dinheiro dos banqueiros do bicho, será preciso muito trabalho e mil e uma argumentações. Não porque o caso é mais complicado que outros semelhantes, que atingiram partidos governistas. Porque os petistas se comportam como se fossem os criadores da verdade, da ética, da honestidade, da respons abilidade, enfim, costumam posar de seriedade como se fossem os únicos políticos sérios nesse País. É esse modo petista de fazer política que pode complicar o esclarecimento do caso que envolve Olívio Dutra, o ex-chefe de Polícia do seu governo, delegado Luiz Fernando Tubino, e o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, que intermediou doações de campanha para o PT em 1998. Claro que alguém pode sugerir que isso é intriga da oposição, uma armação para prejudicar Luís Inácio Lula da Silva, candidato a presidente pela quarta vez e por aí vai mas isso não mudará nada. Talvez os petistas aprendam, com essa grande confusão em que se meteram, que não adianta tapar o sol com a peneira e que o certo é chegar à verdade. Ou correm o risco de transformar a denúncia de envolvimento do PT com bicheiros em tira-gosto, prato principal e sobremesa da campanha eleitoral de 2002.

Por iniciativa de Sérgio Leite (PT) será instalada na Assembléia, hoje, a comissão que vai analisar propostas de mudanças na Lei Estadual de Incentivo à Cultura

Recifolia

Liberato Costa Júnior (PMDB) é fã de carteirinha de Ivete Sangalo. O vereador foi ao Recifolia, sábado, e do camarote de João Paulo assistiu a apresentação da cantora baiana na avenida Boa Viagem. Na maior animação.

Prêmio

Os vencedores da 31ªedição do Prêmio Leão do Norte serão conhecidos amanhã, às 15h, quando a comissão julgadora, presidida pelo diretor geral da Assembléia, Luiz Carlos Matos, anunciar os nomes dos parlamentares que se destacaram nas categorias Cultura, Educação e Administração e Economia.

Organizada 1

A bancada dos policiais civis na Câmara do Recife é mais articulada que a dos governistas. Tanto que derrubou, ontem, o veto de João Paulo ao projeto de Marcos Menezes (PMDB), determinando que os motoristas parem os ônibus em qualquer lugar solicitado pelos passageiros, para reduzir os assaltos.

Organizada 2

João Paulo vetou o projeto alegando que o mesmo era inconstitucional porque qualquer mudança nas paradas de ônibus só poderia ser feita pelo Executivo. Como o veto foi derrubado na Câmara, a matéria passa a ser lei que entrará em vigor no dia em que for sancionada pelo prefeito.

Energia 1

A Celpe informa que tomou as medidas necessárias para evitar o desperdício de energia no Recifolia e que só 26 barracas, autorizadas pela PCR, usaram equipamentos como fritadeiras e eletrodomésticos que consomem energia.

Energia 2

Esclarece que os pontos de iluminação foram compensados em outros locais da cidade, que retirou tomadas e ligações clandestinas, substituiu a rede de baixa tensão para evitar ligações irregulares e colocou 20 fiscais durante o Recifolia.

Energia 3

E que quatro geradores instalados pelos organizadores da festa garantiram a iluminação das arquibancadas e camarotes. A Celpe fez o que devia fazer. Daí a dizer que com isso evitou desperdício de energia, vai uma grande distância.

Investimentos

Fernando Dueire diz que o Governo do Estado fez até agora 58 mil eletrificações rurais em parceria com a Celpe e Ministério de Minas e Energia e estão em andamento mais de 11 mil propriedades. Segundo o secretário de Infra-estrutura os investimentos totalizam, até hoje, R$ 76 milhões.

Mendonça Filho visitou o Programa Genoma Nordeste, na UFPE. A pedido do coordenador, Paulo Paes Andrade, o vice-governador prometeu se articular com a bancada federal para aprovação dos fundos de Saúde e Biotecnologia que vão destinar R$ 140 milhões para projetos de pesquisas no País.


Editorial

Regras rompidas

Desponta nova crise no Mercosul. As motivações para tal fato estão ligadas às declarações do ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, de que o relacionamento comercial com o Brasil estava esgotado. Novas medidas de salvaguarda para o mercado comum estão sendo avaliadas devido ao impasse nas negociações que estavam sendo travadas em Buenos Aires.

O Brasil reiterou que aceitava a adoção das salvaguardas, mas que repudiava a proposta argentina de criação de um mecanismo automático de compensação tarifária, a ser acionado sempre que a variação do câmbio superasse determinado limite. A crise havia começado em julho, quando o Ministério da Economia da Argentina adotou a Resolução 258, cujos efeitos, na prática, significaram a perda da preferência comercial para os bens de informática e de telecomunicações, os veículos e os bens de capital brasileiros no mercado argentino. O Itamaraty reagiu e anunciou a suspensão das negociações comerciais com o país vizinho. Essa decisão afetou, entre outros, o pedidoargentino da alteração das regras da política automotiva em vigor.

O Itamaraty deverá aguardar um comunicado da chancelaria argentina sobre a questão. A rigor, esse é o canal de diálogo que resta entre as cúpulas dos dois países. Desde o início deste semestre, o Ministério da Economia da Argentina deixou de ser um dos interlocutores do Brasil devido às recorrentes declarações de Cavallo contra a política cambial brasileira. Em julho, depois de o ministro argentino afirmar que o Brasil realizava desvalorizações deliberadas de sua moeda, o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso reagiu. Declarou que sua paciência chegara a um limite e que de nada adiantava a política de boa vontade do País para com o vizinho.

A suspensão das negociações entre os dois países poderá ser completada por uma decisão mais drástica da Argentina. Entre as possibilidades estão a adoção de medidas unilaterais de proteção a seus setores produtivos contra a entrada de produtos brasileiros. Esse fato colocaria em sério risco aárea de livre comércio entre os quatro países do Mercosul. De Londres, o presidente Fernando Henrique rebateu as críticas feitas pelo ministro da Economia do país platino, salientando que não se pode confundir negociação comercial com negociação de soberania.

A Argentina vem rompendo as regras do bloco, enquanto união aduaneira, por descumprir a Tarifa Externa Comum (TEC), desde o primeiro semestre. A hipótese de retirada definitiva do país do Mercosul, entretanto, é considerada remota porque tenderia a agravar sua situação econômica, dada a dependência de suas produtos do mercado brasileiro e dos investimentos recíprocos entre os dois países.


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10/30/2001


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