Jarbas festeja resultado de pesquisa e ataca o PT
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Jarbas festeja resultado de pesquisa e ataca o PT
O peemedebista se disse satisfeito com os resultados da nova pesquisa Datafolha, que o colocam na liderança na corrida pelo Governo do Estado e na quarta colocação no ranking dos governadores
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) comemorou, ontem, o resultado da pesquisa realizada pelo Datafolha e publicada ontem pelo JC com exclusividade em Pernambuco. De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 12 e 14 deste mês, Jarbas lidera com folga a disputa pelo Governo do Estado em 2002, com índices que variam entre 50% e 52% das intenções de votos, dependendo do cenário apontado. Além disso, o peemedebista ocupa a quarta colocação no ranking dos governadores, com o mesmo índice de aprovação (49%) da pesquisa anterior, realizada em junho.
“Estou satisfeito com os dois resultados. Afinal, estamos no terceiro ano do Governo e conseguimos manter a mesma avaliação positiva (quarta colocação no ranking dos governadores) do que a registrada no meio do ano. O bom desempenho de meu nome na avaliação de intenção de voto também me deixa contente, mas nada disso altera minha intenção de levar essa discussão para os meses de março e abril”, afirmou o líder da aliança PMDB/PFL/PSDB, que, segundo a pesquisa, obtém 52% das intenções de voto no primeiro cenário, em que Humberto Costa é o representante do PT. No segundo cenário, em que o prefeito João Paulo representa o PT, Jarbas atinge 50% contra os 13% obtidos pelo prefeito do Recife.
Indagado sobre a possibilidade de queda nas próximas pesquisas, em virtude das denúncias feitas contra a Polícia do Estado, há cerca de quinze dias, Jarbas foi enfático. “Não acredito que vai haver problemas. Eu pedi e o PMDB fez uma pesquisa posterior às denúncias. Alcançamos índices de aprovação ainda maiores que as pesquisa do Datafolha. De 49% passamos para 52 pontos”, afirmou.
Para Jarbas, os bons índices de aprovação de seu Governo são frutos do trabalho que vem desenvolvendo. “Temos trabalhado duro e a população sabe disso”, argumentou. O bom desempenho da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL) – que lidera o ranking dos governadores com 70% de aprovação em seu Estado – foi visto de forma cautelosa por Jarbas.
“Acho que ela vem se destacando como uma opção nova no País. Mas continuo defendendo a aliança dos principais partidos. Apesar disso, reconheço que o fato de o PFL ter um candidato bem posicionado pode atrapalhar esse entendimento, mas não quer dizer que não podemos sentar à mesa para ver se é possível a manutenção da aliança”, assegurou Jarbas, que também fez referência ao desempenho do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), na pesquisa. O petista ocupa a penúltima posição no ranking dos governadores. “O PT tem um dos administradores mais mal avaliados do país. Esse é o nosso adversário”, comentou.
Para o vice-presidente da República, Marco Maciel, os resultados da pesquisa deixam a aliança em situação favorável. “Só temos que comemorar. Afinal, temos um governador forte como Jarbas, que se mantém com ótimos índices de aprovação, e uma governadora e pré-candidata que também está muito bem. Estamos no caminho certo, porque não perseverar?”, questionou Maciel ao defender a manutenção da aliança PMDB/PSDB/PFL. Jarbas e Maciel participaram, ontem, de uma visita técnica às obras de ampliação do Aeroporto dos Guararapes.
Líderes da oposição não se entendem
As oposições de Pernambuco não conseguem se entender nem em avaliação de pesquisa. Cada liderança partidária tem uma interpretação dos números do Datafolha, publicada ontem pelo JC. O líder das oposições na Assembléia Legislativa, deputado José Queiroz (PDT), afirmou que qualquer pesquisa, agora, não reflete a realidade dos cenários que existirão em março de 2002. Queiroz cita, como exemplo, a definição do rumo do PPS, hoje dividido. “O que me preocupa é a soma das forças de oposição.”
O deputado federal Eduardo Campos (PSB) disse, porém, que a pesquisa Datafolha deixa claro que “não há um candidato natural no campo das oposições”, e que o debate, agora, tem de ser “em torno de um programa de unidade” e sobre discurso de cobrança ao Governo Jarbas Vasconcelos nas áreas de saúde, educação e segurança pública. “Só o nome de Jarbas está consolidado”, considera o socialista. O prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), rompido com o PT e que saiu da disputa, mas admite rever o gesto, é implacável com os petistas. “Está claro que a insistência do PT em liderar uma chapa não tem sustentação política nem eleitoral. Nem a vitrine do Governo João Paulo, no Recife, ajuda. É preciso ter mais humildade. A unidade só sai se o candidato não for petista.”
O prefeito João Paulo saiu em defesa do PT e do pré-candidato do partido e secretário de Saúde do Recife, Humberto Costa, afirmando que há um equívoco das oposições. “Não estamos montando chapa, apresentamos um nome. A definição só depois que estiver claro o cenário nacional.” João Paulo ressalta, porém, que a pesquisa manda dois recados: a propaganda do Governo Jarbas tem influência e o cenário atual aponta como melhor estratégia ter duas candidaturas de oposição.
Uma liderança, que prefere não se identificar, fez um alerta à posição dos petistas: “O maior derrotado é Humberto Costa, que não conseguiu montar a chapa, não fez um programa, nem fez campanha”. Entretanto, Humberto disse que a nova rodada de pesquisa não trouxe grande mudança em relação à anterior, e que o cenário mudará com a definição das candidaturas. “Não poderia ter desempenho melhor agora.” O senador Carlos Wilson (PTB) destacou que qualquer pesquisa deve servir como “indicadora de rumos”. Segundo Wilson, não há motivo para preocupação. “O que deve preocupar é a falta de diálogo. A gente tem conversado pouco, precisamos conversar mais”.
Balanço parcial mostra violência nas estradas
De sexta-feira até a madrugada de ontem, 31 pessoas morreram em acidentes de trânsito nas rodovias paulistas. Em Minas, foram 22. Os números já superam os do feriado do ano passado
SÃO PAULO – Trinta e uma pessoas morreram até a 0h de ontem em 865 acidentes ocorridos desde o início do feriado prolongado de Natal nas rodovias paulistas, segundo informação do comando da Polícia Rodoviária Estadual. Em Minas Gerais, 22 pessoas morreram em decorrência de acidentes registrados no mesmo período. O número já supera o verificado em todo o feriado de Natal do ano passado, quando 15 pessoas morreram nas rodovias mineiras devido aos acidentes.
Em São Paulo, o balanço parcial da operação Natal realizada pela Polícia Rodoviária do Estado, deflagrada em todo o Estado às 12h da última sexta-feira, inclui ainda 409 feridos leves e 95 feridos graves. Não houve vítimas na maioria (599) dos 865 acidentes.
Nas rodovias sob responsabilidade do 1º Batalhão da Polícia Rodoviária, que engloba São Paulo, litoral sul, Baixada Santista, litoral norte e Vale do Paraíba, tinham ocorrido até a 0h de ontem 334 acidentes, que resultaram em 7 mortos e 175 feridos.
Na próxima sexta-feira, a Polícia Rodoviária Estadual voltará a se mobilizar para a Operação Ano Novo nas estradas da região. Na rodovia dos Tamoios (SP-99), a operação descida terá início às 8h de amanhã e se estenderá até as 18h da próxima segunda-feira. São esperados cerca de 77.400 carros na rodovia.
Segundo a Polícia Rodoviária, o tráfego de veículos no acostamento da rodovia dos Tamoios será liberado entre os km 55 e 83. O trecho libera do será sinalizado por placas.
As rodovias Oswaldo Cruz (SP-125) e a Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) devem receber, juntas, cerca de 37 mil carros. Já na via Dutra estão sendo esperados pela Polícia Rodoviária Federal o tráfego de cerca de 210 mil carros na sexta-feira.
PAPAI NOEL – Em Mato Grosso do Sul, a Polícia Rodoviária Federal colocou um Papai Noel durante a fiscalização nas rodovias para fazer com que os motoristas tenham cautela. A Operação Férias de Verão já registrou – desde a última quinta-feira 23 acidentes nos 3.850 km de rodovias federais que cortam o Estado. Três pessoas morreram, 25 ficaram feridas, sendo oito com lesões graves e 17 com lesões leves.
Fazenda apressa plano econômico
O novo secretário de Fazenda, Finanças e Receitas da Argentina, Rodolfo Frigeri, vai anunciar os detalhes de um plano econômico e a formação da sua equipe de trabalho em um prazo de no máximo 72 horas, segundo um de seus assessores.
“A idéia é que nós terminemos de definir a equipe e entre 48 e 72 horas acabemos de fechar todos os detalhes do programa, então faremos uma coletiva de imprensa para anunciar a todos os meios de comunicação ao mesmo tempo o que vamos fazer”, disse Norberto Sosa, economista e assessor de Frigeri.
Frigeri assumiu no domingo o cargo de novo secretário da Fazenda, Finanças e Receita da Argentina, poucas horas depois que o novo presidente do país, Adolfo Rodríguez Saá, anunciou a suspensão do pagamento da dívida pública.
O cargo de Frigeri, um economista que foi titular por alguns anos do grupo que lidera as entidades financeiras do governo da província de Buenos Aires, substitui o posto de ministro da Economia.
EMPREGOS – O ajuste argentino inclui o lançamento de um plano para criar um milhão de empregos destinados a reduzir a tensão social no país. Enquanto isto, a decisão de suspender o pagamento da dívida externa derrubava os bônus e fazia disparar o risco-país argentino.
A iniciativa de novas vagas tenta acalmar os ânimos populares, que geraram manifestações na semana passada, e culminaram na renúncia de Fernando de la Rúa.
Washington Post diz que Argentina quebrou por adiar a reforma fiscal
WASHINGTON – O principal erro da Argentina foi adiar a reforma do sistema fiscal, através da projeção de “uma rede de impostos com menos lacunas” ou da exigência de mais disciplina dos governos provinciais com os gastos, analisou ontem o jornal The Washington Post em editorial intitulado “O choque do modelo argentino”.
“Os políticos que embarcam em reformas muitas vezes se vêm tentados a sentir que se conseguirem três quartos de seus objetivos, conseguirão realizá-los. Mas o fracasso para executar o quarto restante pode fazer naufragar todo o projeto”, advertiu o Post, destacando que a reforma fiscal era o cimento exigido pela lei de Conversibilidade (um peso igual a um dólar desde 1991).
O jornal argumenta que, embora a paridade com o dólar tenha posto fim à hiperinflação, que chegou a 5.000%, ela instalou a necessidade de uma disciplina fiscal que a Argentina não pôde satisfazer. Na avaliação do jornal, se não tivesse feito as privatizações e ampliado a participação dos bancos estrangeiros, a crise seria pior.
“A Argentina fracassou neste caminho, e quando ocorreu a desvalorização do real brasileiro, em janeiro de 1999, não teve saída para lutar contra a perda da competitividade”, assinalou o The Washington Post.
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PINGA-FOGO - Inaldo Sampaio
Convivência difícil
Enquanto 2002 se aproxima, fica cada vez mais difícil na aliança a convivência do PSDB com o Partido da Frente Liberal. O espaço é pequeno para ser dividido entre os aliados e isso tem sido uma dor de cabeça permanente para os coordenadores políticos do governo. Jarbas Vasconcelos fez a sua parte criando uma Secretaria Extraordinária para o deputado Sérgio Guerra, mas ainda assim a rivalidade continua. É que em uma grande parte dos municípios do interior a disputa política se dará entre o tucanato e o PFL.
Afora a briga de Sérgio (PSDB) com “Mendonção” (PFL), há a de Fernando Lupa (PSDB) com Teresa Duere (PFL) no agreste, a de Antonio Moraes (PSDB) com Maviael Cavalcanti (PFL) na Mata Norte, a de Israel Guerra (PSDB) com Rosa Barros (PFL) na região de Arcoverde, a de Augusto César (PSDB) com Inocêncio Oliveira (PFL) no entorno de Serra Talhada, e vai por aí. Não bastasse isso, Roberto Magalhães foi literalmente excomungado por algumas facções do PFL por ter aderido ao PSDB junto com o seu filho Carlos André.
Sérgio Guerra, que não é burro, deve estar pesando os “prós” e os “contra” antes de decidir se se candidata ou não a uma das vagas no Senado. Se for, corre o risco de ser “cristianizado”.
Modelo superado
Do tucano Roberto Magalhães sobre a crise econômica da Argentina: “É uma advertência para o Brasil porque já tivemos um modelo econômico semelhante ao do presidente De La Rua. A única diferença entre nós e eles é que flexibilizamos o câmbio em 99”. O ex-prefeito do Recife esteve em Buenos Aires um ano atrás e voltou de lá horrorizado. Não há mais idéia de “nação”, disse ele, porque tudo lá foi privatizado. Inclusive os Correios.
Vida de cão
A vida de candidato à Câmara Federal começa a tirar o sono e o sossego do ex-prefeito Roberto Magalhães (PSDB). Na última 6ª feira ele foi a um almoço de confraternização, em Olinda, oferecido por seus ex-auxiliares, e na noite desse mesmo dia teve que comparecer a três casamentos, num dos quais foi padrinho. Chegou em casa exausto.
Até o final
Fernando Ferro (PT-PE) não pretende tirar por menos a denúncia do “Fantástico” sobre a existência de grupos de extermínio na PM-PE. Vai tentar convencer Aécio Neves (PSDB-MG) a designar uma comissão especial para acompanhar as investigações. Que se ficarem apenas com a Corregedoria da SDS, disse ele, poderão cair no esquecimento.
Presidente da EMTU começa a mostrar serviço
O presidente da EMTU, Evandro Avelar, está começando a aparecer pela eficiência. Já tem uma estratégia para disciplinar o “transporte alternativo” na RMR e outra para enfrentar a “máfia” do vale-transporte. Só precisa de apoio político.
Perdeu a eleição mas continuará na vida pública
Após um mergulho de 1 ano, o ex-candidato a prefeito de Olinda, Nivaldo Machado Filho (PSL), está retomando aos poucos a atividade política. Sobre se já estaria pronto para nova tentativa, respondeu: “O que tiver de ser, será”.
Pedra no caminho
A ex-prefeita Jacilda Urquisa (Olinda) poderá voltar aos palanques nas eleições do próximo ano. Pela vontade dos seus seguidores, seria candidata à Câmara Federal. Mas existe um óbice pelo meio: tanto ela quanto o maridão, Hélio, que é deputado estadual, têm compromisso com Cadoca (PMDB).
Cartão coletivo
O cartão de Natal do PCdoB reproduz um trecho de um poema de Brecht e está assinado por seis mãos: Luciana Santos (prefeita de Olinda), Luciano Siqueira (vice do Recife), Nélson Pereira (deputado estadual), Paulo Dantas (vereador), Renildo Calheiros (candidato a deputado) e Alanir Cardoso (dirigente partidário).
O programa volante “Justiça nas ruas”, menina dos olhos do desembargador Nildo Nery, em apenas 1 ano e meio de existência efetuou 384 mil atendimentos em 117 comunidades do interior. Com mais os 135 mil atendimentos efetuados pelo “Balcão do Judiciário” na área metropolitana, o número é recorde no Brasil: 519 mil.
A opinião de Brizola (PDT) sobre Lula (PT) é exatamente igual à de Roberto Freire (PPS-PE). Disse ele: “A candidatura de Lula é esperança? Quem, senão nos círculos petistas, vibra hoje com ela? Quem já não pressente nos índic es das pesquisas o mesmo filme que já vimos?” Brizola foi o vice dele em 1998.
A pesquisa “Sensus”/CNT - primeira a detectar que, num hipotético 2º turno, Roseana Sarney (PFL) bateria Lula (PT) - sondou também os seus entrevistados sobre a denúncia de envolvimento com o jogo do bicho da cúpula do governo do RS. Resultado: 67,4% dos entrevistados nunca ouviram falar sobre tais denúncias.
A reunião de Jarbas com os deputados estaduais que Dorany Sampaio (governo) estaria agendando para a primeira semana de janeiro não dará os frutos que se espera. Porque o problema do governo não é “falta” de apoio, e sim “excesso”. E isso gera conflitos inevitáveis no meio da bancada governista.
Editorial
Imunidade parlamentar
Neste Natal, os Congressistas brasileiros deram uma demonstração de consciência cívica, com a promulgação da emenda constitucional que restringe a imunidade parlamentar aos seus justos termos.
Autorizar o Supremo Tribunal Federal a processar deputados e senadores por crimes comuns, sem a prévia licença das Casas respectivas, foi uma resposta positiva ao clamor da sociedade brasileira para que prevaleça neste país o “espírito da Lei”, conforme o concebia Montesquieu (1689-1755), ele que, por largo tempo, foi presidente do Parlamento de Bordeux, na França. Se houvesse simplesmente cumprido desde 1988 o que determina o capt do Art. 53 da Constituição Federal, a emenda ora promulgada nem sequer seria motivo de discussão, pois ele diz, claramente: “Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos”. Isto significa que, por suas prováveis ações criminosas eles não são invioláveis.
Mas, os parlamentares da época deixaram, no parágrafo 1º do referido artigo, uma brecha enorme para a impunidade: “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença da Casa”. Eis a porta aberta para que até traficantes de drogas e criminosos poderosos se livrassem de punição, durante muitos anos, como representantes de eleitores comprados ou iludidos, quando não integrantes da mesma quadrilha.
Em março deste ano, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) fez uma grave denúncia contra o corporativismo e a conivência que grassavam na Câmara Federal. Pelos levantamentos daquela entidade, entre 1995 a 1999, isto é, em apenas quatro anos, 137 pedidos de licença para processar parlamentares por crimes comuns foram enviados pela Justiça àquela Casa legislativa, mas nenhum deles foi atendido. Acrescentando que essa falta de ética era repetida pelos legislativos de todos os Estados da Federação.
Diante daquela denúncia, o ministro da Justiça, José Gregori, desabafou, dizendo que “o mandato parlamentar deveria representar um acréscimo de responsabilidade, não diminuição de deveres”. Falou pelos brasileiros.
É princípio garantidor da independência dos três poderes que os parlamentares, nos âmbitos federal, estadual e municipal, tenham imunidades em relação às suas palavras, opiniões e votos, jamais em relação ao crime comum. Alguns congressistas têm sido cassados, mas por falta de decoro parlamentar. Se, coincidentemente, uns são também criminosos, a punição se deve mais ao clamor público, à força de pressão dos meios de comunicação e das associações civis.
Tem todos os motivos o presidente do Senado para comemorar o fim da imunidade absoluta dos parlamentares. Agora, parece aberto o caminho para extirpar outros vícios do legislativo brasileiro que atravessaram o século 20. Recentemente, este JC denunciou: “Deputados e senadores chegam a Brasília na terça-feira, à tarde, passam a quarta e retornam aos seus Estados depois do almoço na quinta”. Há exceções, mas muitos não se satisfazem com três meses de férias remuneradas todos os anos e se auto licenciam à vontade, sem demonstrarem respeito ao dinheiro do contribuinte, nem aos eleitores. Enquanto isso, o projeto do senador pernambucano Roberto Freire, para extinguir o nepotismo dos três podres, continua esquecido, mofando em alguma gaveta da Câmara Federal. O projeto foi apresentado duas vezes e foi aprovado por uma casa e rejeitado pela outra.
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12/23/2001
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