Jarbas pede explicação urgente de Serra






Jarbas pede explicação urgente de Serra
Para governador, tucano precisa justificar contrato com empresa de rastreamento de grampos

GARANHUNS - O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) disse ontem que o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, deve explicar o mais rápido possível as denúncias de utilização de serviço de espionagem e grampos telefônicos durante sua gestão no Ministério da Saúde. O governador acredita que se o PSDB demorar para explicar o que de fato aconteceu, cairá no mesmo erro do PFL. Os pefelistas apresentaram várias versões para justificar a fortuna no valor de R$ 1,34 milhão encontrada na Lunus, empresa da governadora Roseana Sarney e de seu marido, Jorge Murad. “Serra tem que ir para a Imprensa, em vez do ministro atual, para dizer que é mentira e explicar porque contratou o serviço ou deixou de contratar. Ele é uma pessoa corretíssima e tenho certeza que explicará tudo”, afirmou.

Jarbas considerou ridícula as acusações contra o ex-ministro da Saúde. O governador não admite a hipótese de o PSDB lançar outro candidato que não seja Serra, como vinha cogitando nos bastidores os pefelistas. Parte do PFL acredita que uma aliança ainda é possível com o PSDB, desde que Serra desista da candidatura em nome do governador do Ceará, Tasso Jereissati, ou do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. “Meu candidato é Serra. Se for outro eu protesto”, avisou.

O peemedebista ainda não revelou seu destino político, mas acenou ontem, durante a inauguração do sistema de esgotamento sanitário dos bairros de Heliópolis e Cohab I, em Garanhuns, com a possibilidade de disputar o cargo de vice-presidente na chapa de Serra. Antes de tomar qualquer decisão, o governador viaja a Brasília, onde passará a quarta e a quinta-feira conversando com a cúpula tucana.

Ao ser questionado sobre o assunto, Jarbas disse que a situação será analisada em Brasília. “Não descarto nenhuma daquelas alternativas (ser senador, concorrer à reeleição ou ser vice na chapa de Serra). Esses tumultos e terremotos que aconteceram atrapalharam as conversas. Mas não tenho dúvida de que a decisão que eu tomar não prejudicará meu Estado. Vou tomar uma decisão a favor de meu Estado, dos meus amigos e da aliança a que pertenço”, ressaltou.

O governador procurou acalmar as bases, fazendo um discurso reforçando a necessidade da manutenção da aliança no Estado. “Continuo acreditando em parcerias com o PFL. O governador vai continuar movendo todas as forças para que o partido fique coligado comigo. Fizemos uma aliança de quatro anos atrás com o PPB e vamos acrescentar agora o PSDB, que é fundamental para o meu governo”, afirmou Jarbas. O governador reconheceu que a turbulência política provocada por causa das denúncias contra a governadora do Maranhão gerou um abalo ainda incalculável na base governista. Mas garantiu que fará tudo que estiver a seu alcance para que essa turbulência não provoque efeitos negativos em Pernambuco.


Jungmann desiste da candidatura
Ministro disputará mandato de deputado federal em Pernambuco

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, desistiu de disputar a Presidência da República. Ele foi forçado a tomar a decisão, depois que o PMDB anunciou o cancelamento das prévias, que seriam realizadas amanhã para escolher o candidato do partido a presidente. “Se não existe pleito também não existe candidatura”, disse ele ontem durante entrevista na Rádio Princesa Serrana, no Recife. O ministro afirmou, ainda, que até o final da próxima semana decidirá que rumo deverá seguir. “O mais provável é que dispute uma vaga de deputado federal”, arrematou.
Na avaliação de Jungmann, o fundamental neste momento é questionar o que PMDB irá fazer a partir de agora. “Não podemos mais falar em prévias, porque a disputa não existe mais. O PMDB, hoje, em termos nacionais, é um partido dividido e sem unidade. Diante disso — acredita ele — o PMDB está caminhando para uma batalha judicial ou para a divisão. “Ou para as duas”, analisou.

Segundo Jungmann, o PMDB nacional se fragmentou de uma maneira irreversível. “O meu sentimento é que ele tem força em alguns estados, a exemplo de Pernambuco, com Jarbas Vasconcelos. Mas com toda certeza esse partido hoje não tem unidade e se não tem unidade, infelizmente, vai perder espaço político em todo País”. Ele justificou que o lançamento da sua pré-candidatura foi uma forma de lutar pela unidade da legenda. “Apresentei propostas e provoquei o debate. Lamento que não tenha dado certo, porque o destino do partido hoje é muito complicado”.

Sobre o cancelamento das prévias, o ministro considerou que a decisão foi um erro. “Acho que o PMDB poderia negociar com qualquer legenda, mas antes deveria ter firmado o partido”. Ele lembrou que os nomes do governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), e da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), não tinham um grande percentual de voto até serem projetados por seu partidos. “Eles apostaram em seus quadros. E isso está acontecendo com José Serra (PSDB)”, ressaltou.

Avaliando o quadro político do Estado e a possibilidade do governador Jarbas Vasconcelos aceitar o convite para ser vice na chapa de José Serra, o ministro acha que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de verticalizar as coligações, deixou o cenário muito confuso. “O governador enfrenta um dilema. Ele pode optar pela reeleição, numa eleição absolutamente tranqüila, pode jogar a cartada de ser vice ou, ainda, pleitear o Senado. O mais angustiante é que ele tem até o dia 5 de abril para fazer essa escolha, tendo à frente uma coligação que, por conta da decisão do TSE, ficou mais complicada”.

Indagado sobre a crise entre PFL e o PSDB, o ministro assegurou que ela já era anunciada desde o instante em que o PSDB foi surpreendido com a candidatura de Roseana Sarney. “O nome dela cresceu rapidamente e se projetou no segundo lugar, inclusive ultrapassado Lula, já na hipótese do segundo turno. Aí se configurou o prenúncio de crise”, disse.


Agreste recebe recursos para saneamento
GARANHUNS - O governador Jarbas Vasconcelos esteve nesta cidade para inaugurar o sistema de esgotamento sanitário, obra do Programa Águas de Pernambuco orçada em R$ 2,8 milhões. A estimativa do Governo Estadual é de que cerca de 15 mil pessoas sejam beneficiadas com a nova instalação. Durante a solenidade, Jarbas assinou, ainda, uma ordem de serviço para início de obras de saneamento nos municípios de Toritama e São Bento do Uma (também situados no Agreste), que serão realizadas em parceria com o Governo Federal através do Programa Alvorada.

O governador aproveitou o ato para prestar contas da sua gestão e tirar dividendos políticos. Iniciou o discurso declarando que a presença de 13 prefeitos no evento era uma demonstração de unidade política. Jarbas destacou recursos liberados em sua administração para a execução de obras e valorizou o Governo, dizendo que tem dado grande ajuda para o soerguimento do Estado. Indiretamente, fez novas referências ao Governo de Miguel Arraes (PSB), seu antecessor.

“Antes de assumirmos as pessoas viviam choramingando, transferindo para o Governo Federal as mazelas do Estado porque não havia determinação. Entregamos o sistema de esgotamento sanitário de Novo Heliópolis e Cohab I. Gastamos mais de R$ 2 milhões. É bom explicar para que a população fique sabendo”, afirmou.

E continuou com a sua propaganda, lembrando uma série de inaugurações que vem fazendo ao longo da gestão. Munido de dados estatísticos previamente levantados, ele lembrou que foram investidos mais de R$ 10 milhões em rodovias, que trouxe água para a região e falou das eletrificações rurais.

Apresentou números e justificou a necessidade das obras. “Ninguém vem para cá investir na região se não tiver água e estrada. Como pensar em desenvolver sem infra-estrutura”, disse. O governador também falou sobre os investimentos na área da saúde e prometeu que em breve retornará a Garanhuns para inaugurar a reforma do Hospital Dom. Moura.


Gasolina tem hoje reajuste de 9,39%
Aumento no preço do combustível é o segundo este mês e deve elevar o valor do litro para R$ 1,65

O sábado começa com gasolina mais cara nas refinarias e distribuidoras de combustíveis. Nas refinarias, o aumento da gasolina tipo A (sem adição de álcool anidro) é de 9,39% e está valendo desde o primeiro minuto do dia. As distribuidoras já iniciaram o repasse do reajuste. O percentual é um pouco menor — entre 7,5% e 8% — porque o que vai para o posto é gasolina tipo C (composta por 24% de álcool). Este é o segundo aumento no preço da gasolina em março — em 14 dias — e foi anunciado pela Petrobras na última terça-feira. A expectativa do mercado é a de que os postos alterem os preços nas bombas ainda no início da próxima semana. O preço do litro pode chegar a R$ 1,65. Hoje, o motorista recifense está pagando, em média, R$ 1,54 pelo litro do produto.

Ao contrário do primeiro aumento do mês (2,2%), que entrou em vigor no dia 2, todas as distribuidoras farão o repasse imediato para os revendedores. No reajuste anterior, apenas as grandes, como Ipiranga e Shell, reajustaram os preços logo após as refinarias. As distribuidoras emergentes (regionais) fizeram diferente. Seguraram o aumento. Foi o caso da Dislub e da Total, que seguraram o aumento por mais de uma semana, possibilitando também que os preços nas bombas permanecessem inalterados.

“Só que desta vez não vai dar para segurar. Conseguimos antes porque o percentual era baixo”, afirmou o diretor da Total, Paulo Perez. Ele acredita que na segunda-feira alguns postos já devem estar cobrando mais caro pelo litro do combustível. O gerente de Vendas para o Nordeste da Ipiranga, Paulo Edilson Dutra, também aposta que os revendedores não vão demorar para repassar o reajuste. “Eles não têm como absorver. O aumento é grande. Mas tudo vai depender do comportamento do mercado. Temos de observar”, disse. Para ele, o novo valor do litro deve ficar entre R$ 1,63 e R$ 1,65.
O segundo aumento do preço da gasolina em março vem causando indignação entre os consumidores. “Ao invés desse pessoal procurar reduzir custos e colocar preços competitivos, parte para um aumento atrás do outro”, afirmou o funcionário público Eljo Tenório. Proprietário de um Monza, Tenório começou a propor aos amigos e conhecidos que boicotem os postos. Pela proposta, em março, ninguém abasteceria os carros nos postos da Rede BR. No próximo mês, seriam boicotados os revendedores Ipiranga e Shell. Em maio, seria a vez dos postos Esso e Texaco. E, em junho, o boicote chegaria aos revendedores das distribuidoras emergentes. “Os motoristas precisam se unir”, finalizou..


Tecon faz nova proposta a portuários
A direção da Tecon Suape apresentou uma nova proposta à Intersindical (entidade que congrega sete sindicatos portuários) para tentar colocar um ponto final no impasse entre trabalhadores e empresa, que já dura cerca de cinco meses e vem inviabilizando o funcionamento da Tecon. Pelo documento — entregue na noite da última quinta-feira através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico — a empresa propõe que a mão-de-obra utilizada nas operações seja um mix de trabalhadores contratados por tempo indeterminado e avulsos. Um meio termo entre as aspirações das duas partes.
Inicialmente, a empresa queria trabalhar apenas com pessoal próprio. Os sindicatos, por sua vez, lutam para que seja mantido exclusivamente o sistema de rodízio.

Outro ponto da proposta é a polêmica redução do valor pago por contêiner. Na operação do navio Cap San Nicolas, único que chegou até hoje à Tecon, a empresa desembolsou R$ 320,00 por unidade. Para os próximos trabalhos, a intenção é diminuir esse valor. Mas o presidente da empresa, Fernando Mota, preferiu não comentar de quanto seria essa redução. “A situação chegou a um limite em que os armadores me mostram dispostos a deixar de operar em Suape”, afirmou Mota. Ele lembrou que jamais abandonou as negociações com os trabalhadores e disse que essa é a “última proposta” da empresa. A direção da Tecon informou que os trabalhadores têm até às 9h desta terça-feira para apresentarem uma resposta.

O presidente Sindicato dos Portuários e um dos representantes da Intersindical, Severino Francisco dos Santos, disse que foram convocadas assembléias das categorias para a manhã desta segunda-feira. Mas ele já adiantou que uma resposta só poderá ser dada na quarta ou quinta-feira.


PCR vai operar central de compras
Gastos com materiais e contratação de serviços podem ser reduzidos em até 20%

A central de compras da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) vai começar a funcionar ainda neste semestre. Isso significa que todas as compras efetuadas pelas secretarias e as 15 empresas da administração indireta serão efetuadas por esse novo departamento. A intenção é reduzir os gastos com materiais e contratações de serviços terceirizados e, também, aumentar o número de fornecedores. A Secretaria de Finanças não faz projeções. Mas, em Porto Alegre e em São Paulo, capitais onde a central já funciona, a redução nos custos chegou a 20%.

O secretário de Finanças em Exercício, Eduardo Vital, diz que uma economia de 10% já será de bom tamanho. No ano passado, só com materiais como canetas, papel, produtos de limpeza, entre outros, a Prefeitura gastou R$ 56 milhões. Se já contasse com a central, considerando os 10%, teria obtido uma redução de R$ 5,6 mil. “Além da economia, há também a agilidade no processo. Hoje temos, por exemplo, três páginas com tipos diferentes de canetas adquiridas. Fica difícil conciliar preço com rapidez”, comenta Vital, acrescentando que a intenção é chegar ao menor número possível de modelos em relação a um mesmo produto.

Hoje, a PCR tem 850 fornecedores. Com o lançamento dos editais pela Internet esse número, espera Eduardo Vital, ficará maior. Ele ressalta que é justamente a concorrência que vai levar os preços a despencarem. A secretaria vai colocar o preço que pagará por cada produto e, quem oferecer o menor valor, ganha a licitação. “Cada secretaria terá autonomia para fazer seu pedido. Mas é a central que vai comprar os materiais ou contratar os serviços”, explica o secretário.

Além disso, ele adianta que a central vai tornar o processo mais transparente e seguro. Isso porque, as informações sobre cada empresa serão cruzadas com os dados do Sistema Financeiro Orçamentário (Sofim). As que tiverem qualquer tipo de pendência junto a PCR, seja débitos fiscais ou a apresentação de endereço errado, o sistema vai acusar. Na mesma hora, a empresa será eliminada da concorrência.

Para montar a estrutura da central de compras, a prefeitura contratou 23 funcionários temporários. Abriu um concurso, no qual nada menos de 1,49 mil pessoas se inscreveram. Entre os selecionados, um é deficiente físico. A contratação, feita dentro do regime administrativo, será por seis meses, podendo ser renovada por mais seis. O salário de cada técnico será de R$ 700,00. Com os encargos trabalhistas, o custo por cada contratado ficará na casa dos R$ 1,050,00. Pelos primeiros seis meses a PCR vai gastar R$ 144,9 mil. Os nomes dos aprovados na seleção foram publicados hoje no Diario Oficial do Município.


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03/16/2002


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