Jarbas Vasconcelos aponta grau de investimento como conquista de três governos



O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) recomendou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que "termine o dever de casa", promovendo as reformas tributária, trabalhista e previdenciária e, ao mesmo tempo, limitando os gastos da máquina pública. Ele teme quea "euforia da popularidade" do presidente tenha deixado "o governo com o pecado da soberba", o que impediria a discussão e aprovação das reformas.

Jarbas Vasconcelos saudou a conquista do grau de investimento pelo Brasil (bom pagador de dívidas), dado pela agência de riscos Standard & Poor's, mas ponderou que a conquista se deve a três presidentes da República - Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

- O mérito do atual governo, devemos reconhecer, foi o de ter o bom senso de não embarcar em aventuras, tanto que selecionou um tucano - o então deputado Henrique Meirelles - para comandar o Banco Central e manteve em postos-chave técnicos que integraram a equipe econômica de governos anteriores - afirmou.

Jarbas Vasconcelos observou que o presidente Lula "se equivocou" quando disse que o grau de investimento significa que agora o Brasil "é um país sério, mundialmente respeitado". Ele entende que "a seriedade foi construída lá atrás, com o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e tantas outras medidas".

- Em tempos de memória seletiva e amnésia oportunista, é sempre bom lembrar que o PT combateu tanto o Plano Real quanto a Lei de Responsabilidade Fiscal - acrescentou.

O senador por Pernambuco lamentou ainda que o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) tenha se transformado em peça de propaganda, pois, na prática, os investimentos estariam deixando a desejar. Disse ainda que o PAC é, no fundo, o antigo programa "Brasil em Ação" do governo Fernando Henrique Cardoso, abandonado durante os quatro primeiros anos do governo Lula.

Em aparte, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) afirmou que o governo não tem investido o necessário em obras de infra-estrutura, especialmente nos portos. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comparou o PAC a uma "grande trovoada com pouca chuva", enquanto o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) sustentou que o programa "é uma grande peça apenas na propaganda do governo". Já o senador José Agripino (DEM-RN) ponderou que o Brasil está caindo na armadilha de depender, nas contas externas, dos elevados preços dos produtos primários - minérios e alimentos.

- Se os preços das commodities caírem, a situação pode ficar muito difícil -avaliou.



12/05/2008

Agência Senado


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