Jarbas Vasconcelos denuncia 'abusos' de Lula nas eleições
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse nesta terça-feira (23) que o resultado das urnas "de forma alguma" apaga os abusos cometidos durante a campanha eleitoral pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Jarbas assinalou que, ao contrário do que Lula imaginava, seu governo nunca foi uma unanimidade.
- O presidente da República usou e abusou da popularidade para eleger Dilma. Lula montou um palanque móvel antes do prazo legal e com ele percorreu o Brasil. O presidente desrespeitou a legislação eleitoral para viabilizar a vitória da candidata do PT. Fez uso exagerado da máquina do governo, atacando a oposição e pregando o extermínio dos seus adversários - afirmou.
Para Jarbas, a verdade é que Lula atuou como chefe de uma facção e não como o presidente de todos os brasileiros, desrespeitando a legislação e fazendo pouco caso das multas aplicadas pela Justiça Eleitoral. Ele acrescentou que Lula, com o objetivo de eleger a ex-ministra Dilma Rousseff, chegou ao "absurdo" de desconsiderar as recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) de rever contratos irregulares que recebem bilhões em recursos públicos.
Outra prática considerada condenável por Jarbas Vasconcelos, que já teria sido utilizada em outras disputas, foi a de repetir uma mentira vária vezes com o intuito de transformá-la em verdade, como o PT teria feito em relação às privatizações. Ele disse que essa "prática fascista" deve ser enfrentada, denunciada e repudiada, para que não se repita no futuro.
- Mais uma vez, o PT colocou nas ruas a mentira de que a oposição privatizaria o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Petrobras e até as reservas do pré-sal. Se as privatizações realizadas nos governos anteriores foram irregulares e danosas aos interesses nacionais, por que o presidente Lula não determinou a sua revisão? - questionou.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse, em aparte, que o presidente Lula interferiu enormemente na condução da candidata do PT e colocou os recursos das estatais e de organismos federais, com o aparelhamento do Estado, a serviço do seu propósito de eleger Dilma.
Limites institucionais
O senador Marco Maciel (DEM-PE) lamentou que, nos últimos anos do mandato, o presidente Lula tenha consumido todo o seu tempo em campanha política, tratando de eleger os seus candidatos nos estados, desconhecendo os limites institucionais que a Constituição impõe ao exercício do mandato e, de modo particular, ao uso do governo para fins eleitorais.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) classificou como "fábrica de blefes" o atual modelo político brasileiro porque "faz prevalecer o imaginário, a ficção, sobre a realidade, a mentira sobre a verdade". O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que sai frustrado do Congresso Nacional por não ter conseguido, ao longo de 28 anos de exercício parlamentar, realizar uma reforma política. Ele disse também se preocupar com o "objetivo" de maiorias eventuais de enfraquecimento do Parlamento brasileiro.
23/11/2010
Agência Senado
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