Jarbas Vasconcelos analisa "novela ministerial" do presidente Lula
- Como redator ainda inexperiente, Lula vem expondo personagens à galhofa da opinião pública, transformado heróis em vilões e patrocinando reviravoltas inesperadas típicas de quem ainda não dominou as regras do bom roteiro - disse o senador.
Jarbas Vasconcelos lembrou que as mensagens cifradas e os recados que o presidente Lula enviou através de seus interlocutores, desde que foi eleito para o segundo mandato, "variaram ao sabor do vento" e tinham como destinatários os integrantes mais afoitos da coalizão governista que pressionavam pela definição dos espaços na Esplanada dos Ministérios. O senador lembrou que um desses comunicados apresentava a versão de que o presidente estava "muito satisfeito" com o perfil mais técnico da equipe de então.
- Se estava satisfeito com o ministério, por que mudar? Esse comportamento pendular termina passando a imagem que o presidente da República está sendo obrigado pelos partidos a alterar uma equipe que vinha funcionando. A reforma ministerial seria um expediente criado apenas para atender à voracidade da coalizão, em detrimento de um perfil técnico mais afinado com as necessidades do país neste momento - afirmou Jarbas.
Outro momento emblemático na "novela ministerial", na avaliação do senador pernambucano, foi a declaração feita pelo presidente Lula de que com os ministérios da Educação e da Saúde "não se brinca". Jarbas destacou que a demissão do primeiro ministro da Educação do governo Lula, senador Cristovam Buarque (PDT-DF) - e a subseqüente nomeação de sucessores que não deram continuidade administrativa aos projetos iniciados - e o escândalo dos sanguessugas comprovam que foi recente a descoberta do presidente sobre a importância das duas pastas.
Por outro lado, Jarbas Vasconcelos declarou que, ao priorizar saúde e educação, um governo que tem 37 ministérios termina por transmitir o recado de que as demais 35 pastas podem ser partidarizadas. Ele lamentou que o Ministério da Justiça não tenha sido incluído na relação dos "antibrincadeira". A indicação do petista Tarso Genro para o cargo de ministro foi criticada pelo parlamentar.
- Um nome do Partido dos Trabalhadores para comandar a Polícia Federal colocará uma grande interrogação em todas as operações que o órgão tiver que realizar a partir de agora. A partir de agora, toda e qualquer operação da PF que envolva partidos políticos ou seus integrantes, especialmente os da oposição, ficará sob uma sombra de desconfiança, para não dizer sob suspeita - argumentou Jarbas.
29/03/2007
Agência Senado
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