Jayme Campos adverte: MP da regularização de terras torna proprietário refém do governo por dez anos



O senador Jayme Campos (DEM-MT) advertiu em discurso que a Medida Provisória 458/09, assinada pelo presidente da República para possibilitar a regularização fundiária de áreas com até 1.500 hectares na Amazônia, contém artigos que ferem o direito da propriedade e vão transformar os agricultores em "reféns do governo por dez anos".

Explicou que quem for beneficiado pela regularização não poderá vender a terra por uma década e ainda ficará obrigado a cumprir com rigidez todas as leis ambientais. Para o senador, o cumprimento da lei ambiental é obrigação de todos os brasileiros e não há o menor cabimento em fazer exigências adicionais aos donos de áreas regularizadas. Jayme Campos acredita que a exigência não passa de "aparelhamento político do Estado".

Os artigos da MP 458/09 que tratam dos valores a serem cobrados para a regularização também receberam críticas do senador.Ele entende que a cobrança pelas pequenas áreas deve ser simbólica e nada justifica cobrar "preço de mercado" pelas áreas acima de quatro módulos até 1.500 hectares.

- O Incra não é uma empresa imobiliária - sustentou.

A medida provisória, conforme Jayme Campos, é uma das matérias mais importantes em discussão no Congresso, sendo o caminho para formalizar a ocupação de aproximadamente 67 milhões de hectares de terras públicas, o que deve beneficiar cerca de 300 mil famílias. Ele considera que fundamental que o Congresso corrija o que chamou de "impropriedades" que "extrapolam a essência" da proposta.



28/04/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Jayme Campos pede regularização fundiária de gleba no norte de Mato Grosso

Jayme Campos critica sistema de demarcação de terras indígenas

Jayme Campos critica portaria que amplia demarcação de terras indígenas

Jayme Campos critica ampliação de terras indígenas no Mato Grosso

Jayme Campos quer que Congresso delibere sobre demarcação de terras indígenas

Jayme Campos afirma que nunca requereu titulação de terras e se diz vítima de leviandade