Jefferson adverte governo de que sociedade não aceitará privilégios na reforma da Previdência



Ao comentar a intenção do governo de garantir aos militares regime próprio de aposentadoria, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) advertiu que, se a proposta do Executivo para a reforma da Previdência não criar um regime universal, sem privilégios para qualquer categoria de brasileiro, a sociedade não irá aceitar o projeto e o governo terá imensas dificuldades para aprová-lo no Congresso Nacional.

Jefferson Péres defende a mesma aposentadoria para servidores civis e militares. Em sua opinião, expressa em entrevista ao programa A Voz do Brasil, é compreensível que os militares que estão na ativa tenham privilégios por desempenharem funções de risco, trabalharem em tempo integral e submeterem-se a transferências compulsórias. Depois de reformados, entretanto - observou -, devem ter o mesmo tratamento dos civis.

O senador pelo Amazonas reivindica que o governo Lula promova a reforma da Previdência o quanto antes. Segundo Jefferson Péres, o regime atual é insustentável, porque o déficit é brutal e crescente. O sistema, argumenta, estabelece tratamento desigual para os servidores públicos federais, o que é inaceitável num Estado Democrático de Direito.

Na semana passada, o ministro da Previdência e Assistência Social, Ricardo Berzoini, defendeu teto único para a aposentadoria de servidores civis e militares, da iniciativa privada e do serviço público. Dias depois, recuou e anunciou que os militares terão regime próprio de aposentadoria, em função de peculiaridades de sua atividade.



15/01/2003

Agência Senado


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