Heloísa Helena: reforma da Previdência vai manter privilégios e prejudicar pobres
Na véspera do início da votação da reforma da Previdência, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) fez uma análise da proposta do governo com a intenção de mostrar o quanto a considera injusta. E denunciou a troca de votos por cargos que viabilizaria a aprovação das propostas de emendas constitucionais (PECs) nº 67 e 77.
Conforme Heloísa Helena, as mudanças que estão sendo encaminhadas pelo governo não tocam em privilégios como os altos salários nos estados e benefícios para os senadores. Em contrapartida, ao não instituir uma regra de transição, a reforma penaliza os que começaram a trabalhar mais cedo e acena com a possibilidade de uma equiparação entre os servidores ativos e inativos. Para ter a paridade, o servidor teria que preencher pelos menos três requisitos: ter 35 anos de contribuição, 60 de idade e 25 de serviço público.
- Mentir depois de velho é muito feio - disse a senadora, ao acusar o governo e seus líderes de falsas promessas contidas na chamada -PEC paralela-.
A senadora criticou a submissão do governo ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que estaria na raiz do projeto para a Previdência. Segundo Heloísa Helena, o governo estaria igualmente submisso aos -humores do mercado financeiro-, fazendo economia a qualquer custo.
- Para que se faça o superávit fiscal é preciso que alguém perca e quem está perdendo é o mais pobre - advertiu Heloísa Helena, chamada de -mulher com dois hh- pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), em referências às iniciais do nome da senadora e sua disposição para a luta.
A parlamentar alagoana mostrou-se especialmente contrariada com as acusações de que estaria sendo infiel ao partido, por votar contra a orientação da executiva do PT. Ela observou que está defendendo os princípios históricos do partido e que, ao estabelecer o sistema de troca de votos por cargos, o governo Luiz Inácio Lula da Silva é que estaria fomentando a infidelidade partidária.
24/11/2003
Agência Senado
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