Jefferson defende desvinculação do salário mínimo da Previdência



O salário mínimo só vai alcançar um patamar desejável quando houver sua desvinculação aos benefícios da Previdência, defendeu o senador Jefferson Péres (PDT-AM) nesta terça-feira (1º). Se essa desvinculação não for feita, acrescentou, não haverá a possibilidade de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao final do seu mandato, decretar um salário mínimo em torno de U$S 100 -porque isso é financeiramente insuportável pela Previdência Social-.

Jefferson alertou, no entanto, para a possibilidade de uma desvinculação sem regras deixar os segurados da Previdência expostos a uma constante erosão de seus benefícios. Seria preciso estabelecer um mecanismo de indexação que garantisse a esses assegurados ao longo do tempo o seu poder de compra e que permitisse ao poder público ir dando aumentos reais do salário mínimo, ou seja, reajustes além da inflação para que daqui a quatro anos se pudesse dobrar o salário atual.

O senador disse que sem a desvinculação da Previdência, Lula poderá se frustrar, ao final de seu mandato, sem poder dar o aumento que deseja. Em nome do PDT, o parlamentar cumprimentou Lula pela decisão de fixar o valor de R$ 240 para o salário mínimo e de manter a data do reajuste em 1º de abril, conforme o estabelecido no governo de Fernando Henrique Cardoso.

- O presidente não acatou talvez a excessiva prudência da equipe econômica que defendia um valor de R$ 234, mas também não cometeu a imprudência de dar um valor acima do suportável. Uma vez que sabemos que o aumento do salário mínimo, além da inflação, hoje agrava o déficit da Previdência e pode quebrar inúmeras pequenas prefeituras - afirmou.

Jefferson observou, no entanto, que não deixa de ser irônico o fato de a data de vigência do salário mínimo ter passado de 1º de maio para 1º de abril, -do Dia do Trabalhador para o Dia da Mentira-, já que considera uma mentira dizer que ele atende as necessidades básicas do trabalhador.



01/04/2003

Agência Senado


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