Jefferson diz que PDT não aceita "demagogia" e votará mínimo de R$ 260
O líder do PDT no Senado, Jefferson Péres (AM), anunciou nesta terça-feira (4) que os cinco senadores de seu partido votarão a favor da medida provisória que eleva o salário mínimo de R$ 240 para R$ 260. O partido só mudará sua posição se o Congresso encontrar nova fonte de recursos para garantir um salário mínimo mais elevado.
- O PDT não vai agir com demagogia, mesmo que isso nos custe votos. Lamento que, no passado, pessoas defenderam grandes aumentos para o salário mínimo e, hoje, usam outros argumentos para defender o reajuste pequeno. Ou essas pessoas eram incompetentes, e não sabiam dos impactos sobre a Previdência e sobre as prefeituras, ou sabiam, mas agiam de forma desonesta - sustentou.
Jefferson Péres reafirmou que seu partido continuará na oposição, mas se recusa a "fazer oposição irresponsável". Ele também disse concordar que o aumento de R$ 20 no salário mínimo é irrisório e que o Brasil não consegue sequer equiparar a remuneração mensal mínima à da Argentina, que "é de 150 dólares". Ele sugeriu que o governo e o Congresso discutam o assunto com seriedade e profundidade e adotem uma política de aumento gradual para o salário mínimo.
De acordo com o líder do PDT, a saída para que a Previdência Social suporte aumentos mais elevados para o salário mínimo é a entrada no mercado formal de trabalho de milhões de trabalhadores que vivem na informalidade. Com isso, a arrecadação do INSS será elevada, reduzindo o atual déficit que inibe o governo na hora de reajustar o salário mínimo. "A informalidade é a verdadeira arapuca do salário mínimo", acrescentou.
Como saída de emergência, para que o mínimo ganhe mais R$ 10, Jefferson Péres sugeriu que todos os deputados e senadores abram mão de suas emendas individuais ao orçamento da União, o que daria à Previdência um reforço de R$ 1,48 bilhão.
04/05/2004
Agência Senado
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