Jefferson Péres: indústrias de Manaus não tiveram financiamento oficial
"Na Zona Franca de Manaus indústria não recebe dinheiro para instalar fábrica. Só depois de funcionar é que há redução de impostos sobre o que ela produz." Esta é a chave do sucesso do Distrito Industrial de Manaus, conforme o senador Jefferson Péres (PDT-AM), que discursou na homenagem dos 35 anos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
- Poucas pessoas dos nossos meios de comunicação sabem disso e muitos acreditam que a Suframa é um desses órgãos que engolem dinheiro público. A Zona Franca de Manaus é o mais exitoso modelo de desenvolvimento regional do Brasil, implantado sem dinheiro público - acrescentou.
Jefferson afirmou que só as pessoas que conheceram a Amazônia nos anos 50 e 60 sabem o que realmente significou para a região a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967, pelo presidente marechal Humberto Castelo Branco. "A economia local estava decadente, depois da frustração de um quase segundo ciclo de borracha durante a Segunda Guerra Mundial. O único produto agrícola era a juta, cujos preços caíam por causa dos sintéticos. A Amazônia não tinha qualquer perspectiva."
- Por tudo isso, a Zona Franca não tem esqueleto de indústrias. Empresário que foi para Manaus levou dinheiro e até o BNDES quase não esteve presente no nosso pólo industrial. Alguém poderia imaginar um distrito industrial vigoroso a mais de mil quilômetros do litoral, no meio da selva? - continuou. Para ele, o problema da Zona Franca "é divulgação" sobre como funciona e como vive sem financiamento público.
O faturamento anual das indústrias de Manaus, conforme o senador, está hoje em R$ 10 bilhões e o distrito enfrentou e superou problemas sérios, como a abertura da economia, iniciada no governo Collor de Melo. "O Amazonas é o quinto estado em arrecadação per capita do país. Seu PIB quase se equipara ao do Paraguai. A economia da Zona Franca complementa a economia nacional."
Além disso, as indústrias do distrito de Manaus são não poluentes e "o Amazonas se orgulha de manter 90% de suas florestas primárias". Não fosse a Zona Franca, de acordo com Jefferson Peres, talvez a cobertura vegetal do Amazonas estivesse mais devastada que a do vizinho estado do Pará.
19/03/2002
Agência Senado
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